sábado, 2 de maio de 2009

As freiras cegas de Cali - Parte III

Um ano se passara desde que Matheus e Alice fugiram do convento em Cali, passaram por grande sufoco, e hoje estavam vivos, Alice estava cega e tinha pesadelos todos os dias. Matheus estava ileso, pelo menos fisicamente, ele ainda sofria com o pesadelo do ano anterior. As chamas levaram todo e qualquer vestígio da seita que havia no convento, tudo não se passava agora apenas de más lembranças. Pelo menos é o que achavam Alice e Matheus.
Alice se mudará com sua família para uma chácara, onde a garota tinha mais afinidade para se adaptar, com um contato constante com a natureza, Alice tinha apurado seus sentidos, conseguia andar sozinha pelas ruas depois de seis meses. Logo que voltaram de Cali, seus pais já providenciaram um local de repouso, onde tinham se acostumado e ficado por lá. Na casa vivia Alice, sua mãe Sandra, seu pai Roberto e a enfermeira Joseane.
Os pais de Matheus moravam a poucos quarteirões da nova residência de Alice, e os dois se encontravam todos os dias.

A tarde caia e a noite vinha surgindo no inverno daquele ano e Alice, caminhava sozinha guiada apenas por sua bengala, havia três meses que ela caminhava sozinha, havia aprendido o caminho, seus pais a deixavam livre, assim ela se sentia mais normal. A caminhada fora breve este dia, estava frio, e ela sentia que algo ruim poderia acontecer.


Dois sujeitos cercaram Alice, ela ouviu os passos vindos da estrada de terra.
- Se não preocupe doçura, você não verá nada.
Os dois homens levaram Alice para dentro da mata onde a despiram ferozmente, e a estupraram até saciarem todos os seus desejos pela carne, mas uma coisa eles não contavam, que era a reação de Alice.
Alice saiu do meio da mata pouco tempo depois, estava em choque, caminhou até a sua casa, estava coberta de sangue e mancava um pouco, foi a pior meia hora de sua vida desde que escapara do convento em Cali. Atravessou o gramado que tinha em frente a sua casa, MS ao chegar na metade caiu de joelhos, mexeu na terra durante algum tempo, e novamente se levantou. Sua mãe a avistou da janela e correra ao seu encontro, sua filha estava em péssimo estado.
- O que aconteceu minha filha? – perguntou a mãe desesperada.
Alice demorou a falar sua voz não saia, não conseguia raciocinar, algo estranho estava acontecendo com ela, algo que ela nunca tinha sentido antes.
- Fui estuprada...
- Ai minha filha vamos ao hospital agora, cadê a merda do seu pai numa hora dessas?
Era domingo, e as duas estavam sozinhas, era a folga de Joseane, e seu pai tinha compromissos, era uma grande advogado.
Alice não sentia nada, apenas um vazio dentro dela. Sua mãe estava desesperada, mal conseguia dirigir. A noite foi longa no hospital e a partir disso tudo seria diferente.

Joseane chegara na manhã para seu trabalho na chácara da família de Alice, mas estava tudo fechado, não havia ninguém lá dentro. Um vizinho da família caminhava pelas ruas de terra, o homem tinha pouca idade, mas os cabelos começavam a lhe faltar, estava sem camisa, e mostrava um peito peludo.
- Desculpe senhor, mas sabe onde eles foram? – abordou Joseane.
- Não ficou sabendo? Alice foi estuprada ontem enquanto caminhava pelas redondezas. Você passou por um bando de carros policiais e ambulâncias não? – falou Caio.
- Sim eu passei, Alice estava ali com eles, eu volto lá agora.
- Não, não. Ela não estava naquele furdunço, encontraram os estupradores ali, mortos. – enquanto falava coçava seu cabelo e Joseane não podia deixar de notar seu peito suado. - Eles foram encontrados essa manhã, e estavam sem os olhos, seja lá o que mataram foi algo muito violento.
- Sabe onde estão?
- Devem estar no hospital municipal.
- Obrigada – disse Joseane montando em sua moto e partindo em direção ao centro da cidade onde ficava o hospital.


Matheus , os pais de Alice e alguns policiais estavam na sala de espera do hospital, todos fitaram Joseane chegar e caminhar em direção a eles.
- Ela está bem? – perguntou Joseane.
Por um instante todos ficaram quietos e não responderam. Joseane, inevitavelmente, pensou no pior diante da reação de todos. Matheus se levantou e levou a enfermeira a um canto mais distante e mais vazio para poderem conversar.
- Ela está em choque ainda – um silêncio – Mas agora está sendo interrogada pela polícia, encontraram os estupradores mortos e...
- Sem os olhos – completou Joseane.
- Mesmo que ela tenha os matado, o que acho com certeza que o fez, não será incriminada, pois será caracterizado como legítima defesa – um suspiro – O problema é que ela não se lembra do que houve ontem.
- Foi o choque que sofreu...
- Ela vai ficar internada sob observação um tempo e depois voltará para casa.
- Eu ficarei aqui, quero vela como está.
Joseane e Alice estudaram juntas no colegial, e desde então eram grandes amigas, Joseane se ofereceu para cuidar da amiga, já que estava sem emprego, pois o hospital em que trabalhava havia fechado as portas definitivamente. Resolvera então ser uma enfermeira autônoma. Matheus voltara a trabalhar em uma empresa do ramo de distribuição de energia, conseguira um bom cargo e seu salário era razoável, mas seus problemas psicológicos algumas vezes ficava distraído.
- Tenho que ir trabalhar, eu passo a noite aqui de volta – falou Matheus à mãe de Alice que chorava ainda, estava nervosa. Ela confirmou com a cabeça, e Matheus saiu.
A polícia pegou o depoimento de Alice e saíram do hospital deixando a menina conversa com a família e depois repousaria. A noite não tardou a chegar e todos se viram mergulhados nas trevas.O pai de Alice, Roberto, havia saído para tomar banho e depois voltaria ao hospital enquanto sua mãe continuara, iria depois que o marido chegasse.
Sandra estava com os braços apoiados nos braços de um sofá, segurando a cabeça quando um enfermeiro surgiu a sua frente, a mãe de Alice fitou seus pés com aqueles sapatos brancos, que logo depois falar:
- Senhora? Nós temos um problema, a sua filha sumiu.

Um carro com três jovens andava em alta velocidade pelas estradas de terra na região onde situava a chácara de Alice, tinham acabado de voltar de uma rave, e todos estavam ainda sob os efeitos de drogas da noite anterior. Diego, um garoto de feições leves e muito bonito, conduzia o Honda Civic preto, ao seu lado uma garota de aspecto tenebroso, cabelos lisos até o pescoço com varias tatuagens espalhadas pelo corpo, olhava fixamente para o caminho a sua frente, em seguida virou cabeça de vagar e falou para Diego:
- Espero que saiba mesmo sair desse monte de mato – sua voz era cansada e levemente rancorosa.
No banco de trás Daiane, a namorada de Diego, uma morena escultural, gemeu alguma coisa, fazendo os dois companheiros olharem para trás, e Diego começou a responder:
- É claro que eu sei sua... – um vulto atravessou a frente do carro, fazendo com que Diego perdesse o controle do carro e capotasse diversas vezes até parar de ponta cabeça em um barranco.
Os dois estavam desmaiados ao volante. O vulto que entrara na frente do carro era Alice, que agora caminhava em direção as ferragens. No banco de trás do carro Daiane começava a recobrar a consciência, seus longos cabelos estavam visíveis no lado de fora do carro. Alice pegou Daiane pelos cabelo e a arrastou para fora do carro, ela urrava de dor quando suas costas se cortaram nos cacos de vidros espalhados pelo chão.
Diego e Fernanda acordaram com os gritos, mas não podiam fazer nada estavam presos nas ferragens, a última coisa q viram foi a amiga ser puxada para dentro da mata do outro lado da estrada de terra. Era possível ouvir os seus gritos por algum tempo e depois cessou-se.
- Precisamos sair daqui antes que aquela porra volte - falava Fernanda desesperada.
Depois de algum tempo eles conseguiram sair de dentro do carro, ainda que muito machucados.
Diego pegou uma barra de ferro se soltara do carro e caminhara até a orla da mata.
- Vou procurá-la, procure ajuda! – ordenou a Fernanda.
- Não, eu vou com você.
E os dois entraram cautelosos, entre as arvores. Tudo estava silencioso, exceto pelos pássaros. O sol do meio-dia estava quente, e não havia nenhuma pista das duas, exceto por um poça de sangue. Fernanda examinava a poça de sangue, enquanto Diego estava mais a frente, a procura de uma trilha onde seu agressor poderia ter fugido. Por trás de Fernanda caminhava alguém, não identificável pelas sombras das arvores. Diego estava longe agora de Fernanda. De subido a garota de tatuagens olhou para trás e viu Daiane sem os olhos, escorrendo sangue dos orifícios oculares pelo rosto.
- Meu Deus... – sussurrou
E uma barra de ferro pontiaguda lhe atravessou o peito. Ela foi atingida pelas costas por Alice, não teve tempo para gritar, Fernanda caiu, morta.
- Fer, eu não achei nada.... – as palavras não saiam mais de sua boca, Fernanda estava morta, pelo que ele podia ver, ela estava sem os olhos, ele apenas corre de volta para a estrada.
Diego corria pela estrada, via ao longe um carro vindo em sua direção, era sua única chance de sobrevivência, foi quando ele viu Daiane, sem os olhos na beira da estrada com uma pedra na mão, mesmo cega ela atirou a pedra que lhe acertou em cheio na cabeça, ele sentiu o sangue escorre pelo seu rosto em seguida caiu. Daiane ia avançar sobre o corpo mas recuou, o carro estava perto.

Matheus dirigia seu carro, em direção a sua casa, esquecera um projeto, e voltava para buscá-lo. No caminho se deparou com um acidente, um carro capotado e homem que parecia ter a mesma idade, caído no chão a alguns metros das ferragens. Matheus foi socorrer o rapaz, ele respirava, só estava desmaiado, hipnoticamente Matheus ficou observando aquele estranho por algum tempo. Levou o rapaz até carro e o levou para o hospital. Em seguida ligou para alguém da empresa e pediu que buscasse o projeto em sua casa pois um ente querido havia sido internado, mentira, e não sabia o porquê.
No hospital não havia mais ninguém da família de Alice, soubera por um enfermeiro que a paciente fugira e todos estavam atrás dela.
Eram quase quatro horas da tarde quando Sandra voltara a sua casa, para ver se a filha tinha voltado para casa, seu marido não atendia mais as ligações, nem no celular nem no telefone fixo, o carro dele se encontrava estacionado na frente da casa. Sandra entrou ligeira em casa, pronta para explodir sua raiva com o marido.
- A sua filha foi estuprada e agora ela fugiu do hospital e você nem pra dar apoio para sua família? Vira homem seu bosta.
Ela ouvia o chuveiro ligado e foi em direção ao banheiro.
- Quantos banhos você já tomou hoje, você veio de manhã para cá, seu filho da puta – ela abriu a porta num baque, suas pernas estremeceram ao olhar dentro do banheiro, seu marido estava degolado, com água do chuveiro lavando seu cadáver. Sandra soltou um grito de terror que ecoou por toda casa.
Entrava agora pela porta da suíte Alice, ainda vestida com uma túnica negra.
- Ah minha filhinha, venha aqui com a mamãe – suas lágrimas cortavam seu rosto, e estendeu os braços para um acolhedor abraço de sua filha.
Em vez disso, um facão atravessou seu crânio.

Poucos minutos depois uma moto entrava na chácara onde Sandra acabara de ser assassinada pela filha. Joseane, entrara na casa sem cerimônias, na mesa de jantar que ficava em frente a porta principal de entrada estava Alice, sentada de frente para porta, que estava aberta.
- Lice, não dá um susto desses na gente, ficamos todos preocupados – ao passar pela porta, Joseane não notara Daiane atrás da porta com uma pesada panela nas mãos, segurando pelo cabo.
A enfermeira de Alice caminhava em sua direção e se assustou quando a porta de entrada bateu, ao olhar se deparou com uma morena sem os olhos, a partir dá ela não pode pensar em mais nada, foi golpeada pela panela e caiu desfalecida no chão. Seus olhos foram arrancados de sua face.
Tudo aconteceu tão rápido que parecia uma tempestade de verão, mas o dia parecia resistir as tragédias com sua beleza inabalável

Três horas depois Diego acordava, ao seu lado um rosto desconhecido, do qual ficou encarando, não sabia por quê.
- Desculpe-me mas quem é você? – perguntou Diego com sua voz doce e suave.
- Eu lhe encontrei caído na estrada e te trouxe ao hospital.
O pânico tomara conta do rosto de Diego, ele havia esquecido do que havia acontecido, mas agora tudo voltava a tona em sua cabeça.
- Olhos – sibilou – não tinha olhos.
Matheus ligou os pontos, aquilo nunca passara em sua cabeça antes, Alice estava matando as pessoas, ela estava agindo como as freiras de Cali que conhecera um ano atrás, elas lhe tiraram os olhos, mas não terminaram o ritual para que ela fosse possuída por um demônio. Depois de ser estuprada sua alma foi corrompida deixando que o demônio possuísse seu corpo e eliminasse sua alma. Aquela mulher não era mais sua amiga Alice, aquela, era o legado das freias de Cali.
Não podia ficar parado, tinha que fazer alguma coisa.
- Foi minha namorada – guinchou Diego – Ela me atacou.
- Ela tinha não olhos também certo?
- Não
- Bom... meu nome é Matheus – em seguida lhe contou toda a história desde de Cali até suas últimas descobertas.

A noite lá fora mostrava uma lua cheia que há tempos não se via. Matheus tomou fôlego depois de contar todas história para Diego, em seguida se levantou e caminhou até a saída, onde ficou parado a porta com Diego lhe observando.
- Eu esqueci de te avisar, seus pais estão vindo – Matheus saiu do quarto e não voltou mais.

Seus planos era encontrar Alice e terminar de uma vez por todas com esse inferno, decidiu que não chamaria a polícia, seria inútil e mesmo que a pegassem o máximo que iam fazer com ela era prendê-la, e numa cadeia feminina, em pouco tempo todas as mulheres seriam recrutadas para aquele serem hospedeiras de demônios. Sua decisão era simples, matá-la.
A polícia já estava na procura do autor dos crimes bárbaros da ultimas horas, Matheus só tinha que encontrar Alice antes.
Ao chegar na residência de Alice, Matheus notou que os carros dos pais de Alice estavam lá parados e a casa estava mergulhada na escuridão, foi entrando devagar com o carro e alguém atacou a janela do carro, era Daiane, ela estava com uma marreta, Matheus acelerou o carro mas bateu em uma das arvores que tinha na frente da casa. Matheus olhou no retrovisor que sua agressora estava andando em sua direção, e estava atrás do carro, rapidamente ele ligou o carro e deu ré em cima da cega, com toda a velocidade possível, em seguida, colocou o carro na segunda marcha e avançou sobre a mulher que se recuperava do impacto, passando com o carro novamente por cima dela.
Matheus respirou e passou por cima do corpo mais três vezes. Daiane jazia morta sob o carro de Matheus.
Na casa não havia rastro de Alice ou qualquer uma outra que a tivesse ajudando agora, só havia os corpos sem vidas de Sandra e seu marido. Matheus notara que a moto de Joseane estava parada lá fora, e deduzira que ela também fora possuída.
Um grito de horror na chácara vizinha. Em um lugar calmo como aquele só podia ser uma coisa, Alice. Matheus pegou uma faca na cozinha e correu para a chácara vizinha, atravessando a cerca de arame farpado. Um rastro de sangue iluminado pelo luar ia até o fundo da casa, que ao seguir Matheus viu Caio morto e sem os olhos. Joseane sorrateiramente foi chegando atrás de Matheus, e lhe fincou uma faca nas costas, no reflexo, ele virou um soco na cara de Joseane que quebrou seu nariz, ele tateou o chão sombrio em busca de que poderia se defender, ele encontrou uma marreta, que estava nas mãos do homem morto, e quando a cega voltou a lhe atacar, uma marretada foi suficiente para levar a mulher ao óbito.
Agora faltava só Alice, se ela não tivesse transformado mais ninguém... Mas Matheus não sabia como matar a amiga, uma amiga de tanto tempo, como poderia fazer isso? Ele tirou a faca que estava encravada em suas costas que doía muito.
Sem forças ele voltou devagar para seu carro, ele precisava de ajuda, ia pegar o carro, chamar a policia e ir ao hospital, esquecera o celular no porta luvas do carro. O celular estava fora de área, ele dirigiu, por cima de Daiane mais uma vez, e sai da chácara em direção ao hospital.
Em sua fuga de volta para o hospital, para tentar salvar mais uma vida, a de Diego, ele sentia que Alice tentaria matar qualquer um que já tivera contato com ela antes. Matheus ouviu uma leve respiração, notara que Alice estava escondida no banco de trás do carro, provavelmente iria matá-lo. Não conseguia pensar e o sangue escorria por suas costas. Ele se lembrou de suas aulas de história quando era jovem. A segunda guerra mundial, e os japoneses kamikazes. Naquele momento ele decidiu que os dois iriam morrer juntos.
Os motores se aqueceram, sua velocidade triplicou, e a longa estrada de terra fazia o carro dar alguns solavancos, o carro em alta velocidade era a única coisa que cortava a noite fria e silenciosa.
- Eu sei que você está ai – Falou Matheus em alto e bom tom – E vou matar nós dois.
Alice levantou em um berro empunhando um facão, no mesmo Matheus jogou o carro de um barrando de mais de dez metros de altura, abaixo havia uma rodovia, o carro capotou várias vezes ao cair do barranco, até ficar parado de ponta cabeça na via principal da estrada. Matheus muito machucado e preso pelo sinto de segurança abriu os olhos com dificuldades uma luz tomou conta de seus olhos, que cada vez chegava mais perto. Um caminhão em alta velocidade arrastou o carro por mais de cem metros até se desviar para o acostamento, um rastro de sangue na estrada. Pouco tempo depois o resgate chegou.

No dia seguinte todos os jornais da região tinham o acidente como manchete, pela sua gravidade e por que houve sobreviventes, uma jovem mulher cega. Ela estava entre a vida e a morte no hospital mas estava viva e tinha rápida melhora.

Dois dias se passaram do acidente, Diego estava prestes a ter alta, era duas da manhã quando acordou no meio da noite, alguém entrara em seu quarto, devia ser uma enfermeira, pensou ele, ledo engano. A mulher que entrara em seu quarto estava machucada, cheia de ataduras, era cega e ele sabia quem era, antes que pudesse chamar ajudar, um bisturi atravessou seu peito. Ela queria tirar seus olhos, mas conteve seus instintos assassinos, se tirasse seus olhos ia parecer suspeito, mesmo estando na UTI.
Deixou o corpo e voltou para sua maca, no instante em que deitou algumas enfermeiras acompanhado de um médico entraram na sala, pois como os aparelhos haviam parado de mandar informações correram para ver o que havia ocorrido. Eles viram apenas uma mulher cega, que estava se sentindo bem e por alguns movimentos bruscos havia desconectado os aparelhos de seu corpo.

Alice passou por vários exames, e foi liberada, como uma inocente mulher que teve muita sorte na vida, e que queria retribuir essa graça divina virando freira, onde foi convidada a se instalar em um convento na capital. Matheus foi acusado de todos os crimes cometidos na região aquele dia, considerado uma espécie de raiva contra Alice. E a morte de Diego foi considerada suicídio.

Alice se tornou freira no convento de São Gabriel na cidade de São Paulo, pouco tempo depois descobriu-se que ela estava grávida e foi decidido que ela teria o filho. O seu estupro lhe gerou um filho, e o seu filho nasceria com a alma de um demônio.

Para Jéssica, Allan, Caro, Diego, Caio, Mel e Daya

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