terça-feira, 31 de maio de 2011

Repreendido


Raros momentos são aqueles em que você se depara com sua vida e o que tem feito dela, onde você percebe onde esse caminho está te levando, mas a pergunta fundamental para isso é: Você quer mesmo ir para este lugar onde construiu seu caminho pela vida toda? É este mesmo seu sonho? Está seguindo seus princípios? Ou você cursou toda essa trajetória baseada nos sonhos e princípios de outra pessoa?

Repreendido ninguém rende, não se rende fazendo algo que não gosta, que não quer, ninguém rende sem ser você mesmo. Se liberte, sai da zona de conforto, lute pelos seus ideias, pela sua felicidade, não desista e como diria Raul Seixas "tente outra vez". O que falta para a humanidade é coragem para enfrentar seus problemas, seus dilemas, seu carma. Seja você mesmo cante na hora que quiser cantar, coma o que tiver vontade, estude aquilo que te agrada (e não o que dá dinheiro). 
Siga esses passos simples e seja feliz.

domingo, 29 de maio de 2011

Longa Vida

Virou a caixa de leite sobre o copo e apenas dois dedos no copo se encheram, mas era o suficiente para ajudar a descer o lexotan pela garganta seca abaixo.

sábado, 28 de maio de 2011

Chocolate mata!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Bacon!

Peregrinando por um blog que não lembro qual é, provavelmente o Ñ.Intendo de novo, achei esse quadrinho, que quero dedicar a friend @PinguimVoador






[Biografia] - Brás Cubas


- O senhor está bem? – perguntou o jovem estudante ao ver o velho chegar pálido na sala.
- Estou ótimo – havia um tom de dúvida em sua voz, a ponta de seus dedos cálidos e enrugados tocavam sua boca de forma sutil, sua expressão era de quem estava longe, em um profundo devaneio. De repente, como se toda a realidade tivesse voltado a tona, ele fitou o rapaz e disse – Vamos começar?
O jovem, receoso, voltou a falar:
- Pode começar a falar de sua vida inteira, tudo o que quiser falar por favor o faço, ai depois aplico meus estudos em cima das suas declarações.
- Tudo bem – disse o velho – Mas farei como Brás Cubas, e iniciarei do final. Infelizmente no meu caso tais memórias não serão póstumas, mas como ele não tenho medo de falar. O início é o final ainda não concluído! Eu um velho com seus noventa e tantos anos, fazendo a pesquisa de campo para meu, o que acredito ser, último romance. Romance no qual estive entretido desde a morte de meu parceiro, o romance preenche o vazio dentro de mim depois de sua partida, esse romance é complexo, confuso, apaixonado e bipolar assim como ele era, o romance é a alma dele, a alma que eu conheci e convive por quase sessenta anos – uma pausa, o velho caminhou até a cozinha e voltou com dois copos e uma garrafa d’água, se serviu e tomou um gole de água – Ele morreu a onze anos, ataque cardíaco, ele era a última pessoa que eu amava que restou e ele se foi, ele me prometeu nunca partir, mas mesmo assim ele se foi – o velho continuou detalhando o que acontecera naquela fatídica manhã - Naquela manhã de verão o sol brilhava forte, a temperatura estava um pouco acima do normal para a época, eu acordei antes, como dificilmente acontecia, fiz o café da manhã e fui chamá-lo. Apesar dos anos de convivência o amor e o respeito não tinham se extinguido com o tempo, nossas brigas em geral, eram causadas por ciúmes. Quando preparei a mesa, fui chamar-lo, meu velhinho, mas ele não acordou, sua pele estava fria como mármore, nem aquela manhã quente foi capaz aquecer aquele corpo frio e branco. Porém, eu fui mais frio, e tive que deixá-lo para chamar a alguém para tirá-lo. As lembranças dele ainda estão muito vivas em minha memória e neste apartamento.
O jovem estudante fitava o velho, que agora, calado, olhava para seus pés, a tristeza era clara, mas ele precisava compartilhá-la, sempre gostara de compartilhar seus sentimentos, mas com a perda de seu parceiro guardava tudo aquilo consigo, não havia com quem dividir.
- Aquele velho gaga roubou minha juventude! – disse o velho do sorrindo, mas com os olhos lacrimejados – Olha só pra minha cara e veja como ele me deixou!

Clássicos em Monocromia

Cantando

Chefão

Mary Poppins

Noviça

Virginia

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Foi apenas um sonho

  
   - Hoje meu dia foi cheio.
   Essas foram as palavras da garota à irmã ao chegar da faculdade jogando suas coisas na cama ao lado, as duas compartilhavam daquele sentimento de cumplicidade desde a infância, não existia nem mesmo um segredo sórdido entra as duas. Ar irmãs, Regina e Gabriela, dividiam o mesmo quarto, desde a infância, e mesmo agora que já haviam passado da puberdade, agora que já eram mulheres o quarto ainda era compartilhado, assim como seus segredos e planos.
   - Ai Re eu to quebrada, aquela aula maldita hoje acabou com que restava de bom humor em mim, meu chefe não largou do meu pé um minuto, to quase pra pedir as contas...
   - Calma, você tá estressada, descansa, vai tomar um banho e depois dorme que amanhã você estará novinha em folha.
   - Banho? Nesse frio? Ta louca bem?
   - Deixa de ser porca...
   - Daqui a pouco eu vou, me conta o que aconteceu na novela hoje.
   A conversa se estendeu por quase uma hora, os assuntos abordados variavam de forma colossal, o som da televisão alta fundia-se a conversa das meninas,mas elas não se perdiam, estavam acostumadas e o silêncio naquele recinto demoraria a reinar. Gabriela resolve tomar seu banho enquanto Regina prepara o quarto para as duas dormirem. Regina já está deitada quando Gabriela chega do banho, com uma toalha na cabeça, elas conversam mais um pouco, uma conversa curta, só enquanto Gabriela se ajeita, em seguida vem a escuridão seguido por Morfeu.
   Eram duas da manhã quando Regina acordou no meio da noite, ela precisava usar o banheiro, porém notou que sua irmã não estava no quarto, deduziu então que ela estaria no banheiro, então esperou deitada em sua cama o regresso da irmã, passou-se vários minutos e nada da garota retornar, decidiu ir até o banheiro e bater na porta, e se sua irmã estivesse passando mal? Bateu a porta e nada, abriu a porta e se deparou apenas com a escuridão sepulcral, como seu aperto era grande decidiu fazer suas necessidades antes de procurar o paradeiro da irmã e em menos de cinco minutos estava à procura de Gabriela novamente.
   Quarto da mãe, cozinha, banheiro, sala, todos os cômodos estavam vazios, sem ao menos sinal da sua querida irmã, todas as portas da casa estavam trancadas, voltou para o quarto delas para procurar qualquer indício de seu paradeiro, a roupa que ela usou ao voltar da faculdade, que estava pendurada na porta do guarda-roupa, havia sumido. Preocupada ela olhou para o lado, e viu seu celular, ligeira ela ligou para a irmã, uma, duas três vezes, e a única voz que ouvia do outro lado era o da caixa postal. Regina estava cada vez mais aflita não sabia o que fazer, primeiramente pensou em abdução, era crédula de vida extraterrestre, em seguida veio a idéia de seqüestro e seu coração batia cada vez mais rápido, sua irmãzinha que sempre estivera tão presente em sua vida desaparecida assim do nada, começou a chorar...
   Acordou! Sua irmã estava na cama ao lado num sono profundo, Regina se aliviou ao saber que tudo aquilo não passou de um sonho, mas definitivamente agora ela precisava ir no banheiro.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

#diadatoalha

Não esqueça de trazer sua toalha!

Caso se depare com um besta voraz de traal, coloque a toalha sobre sua cabeça, tampando seus olhos, pois, se você não ve a besta, ela também não te vê.

A verdade sobre a água que você bebe

Lendo um dos antigos posts do Ñ.Intendo, encontrei um infografico que deve ser transmitido de novo.

Hoje acorder meio Capitu (de novo)



Falsa e dissimulada!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

[biografia] - Alucinações



Os dias se passaram e o projeto dos dois corria, o jovem estava lendo com afinco todos os romances publicados pelo velho que não eram poucos, e depois para fazer a comparação com a vida do velho teria que fazer uma entrevista levando em conta o tempo e de como agia a sociedade há décadas atrás. Seu trabalho além de literário, era sociológico, pois, aquele senhor, base de seu projeto era um dinossauro, que já havia passado por diversos problemas sociais e econômicos e tudo estava, de certa forma, transposto em seus livros. Seu TCC seria uma biografia.
Era uma manhã gélida de outono, enquanto o jovem estava enfurnado numa biblioteca, o velho estava em seu apartamento escrevendo seu próximo romance, este que o escrevia a mais de seis anos era seu desafio, o qual acredita ser seu último desafio literário, apesar de se sentir bem sentia que a morte logo lhe visitaria e poderia enfim desencarnar daquele corpo velho.
A musica clássica estava tocava alta no apartamento do velho, a música fazia com que seus pensamentos fluíssem, mas algo chamou a sua atenção, uma barulho na poltrona a frente do seu computador, fez com que o velho desviasse o olhar do monitor para a poltrona, ele viu um rapaz sentado, um rosto conhecido, um rosto que conviveu por mais de quarenta anos.
- Bom dia namorado – disse o velho com uma voz calma e serena.
- Olá escritor! – respondeu o rapaz.
- Você veio me buscar ou estou tendo uma alucinação retroativa devido a minha juventude errante e sem conseqüências?
- Não sei, me diga você!
- Alucinação sem dúvida! – sem sua cara no maior estilo blaze e voltou a escrever seu romance.
- Só por isso você vai me ignorar e me abandonar aqui?
- Pensasse nisso antes de morrer a quinze anos atrás e me deixar sozinho aqui no mundo – disse olhando para o monitor e escrevendo seu romance.
- Você sabe que a culpa não foi minha e...
A campainha tocou e o velho se levantou e foi atender a porta, deixando o espectro a falar sozinho. Á porta estava o jovem estudante, com um pequeno gravador à mão.
- Estou aqui para nossa primeira entrevista – anunciou.
- Ótimo, você compromissos essa noite? Perdão, entre!
O garoto foi adentrando na casa e respondendo a pergunta do velho:
- Não, não tenho nada para fazer. Porque?
- Pretendo terminar a entrevista ainda hoje, se não me perco nos fatos, fora que posso morrer a qualquer instante.
- Sem problemas. – respondeu o estudante.
- Então, por favor – lhe indicando o sofá – Como faremos? Perguntas e respostas, ou falarei da minha vida?
- Você fala, caso haja dúvidas lhe faço perguntas. Mas acha que consegue falar da sua longa vida em tão pouco tempo?
- Veremos... Alias, me dê um instante para eu desligar meu computador.
- Claro, claro, enquanto isso eu preparo o gravador.
O velho caminhou até o seu escritório, não havia mais ninguém sentado na poltrona, desligou o computador e ao virar para sair do aposento deu de cara novamente com o espectro do rapaz.
- Com licença - disse o velho.
O fantasma se aproximou do velho e beijou seus lábios, um beijo úmido e demorado, um beijo que a anos não sentia, há pelo menos quinze anos, quando seu parceiro faleceu.

terça-feira, 10 de maio de 2011

[biografia] - Convença-me

Se atrasara na escola devido a uma reunião e última hora e isso fizera que um garoto atravessasse a cidade correndo para chegar ao restaurante, tinha medo que desperdiçasse sua oportunidade de fazer sua tese com uma figura tão ilustre, mas ao chegar viu o velho escritor sentado a uma mesa tomando uma taça de vinho. 
- O senhor tem reserva? - perguntou o Maître
- Sim, com aquele senhor ali, almoçarei com ele.
- Ah sim, ele deixou avisado sobre o senhor, por favor - e fez menção para o jovem continuar.
Acanhado ele caminhou até o velho que se deliciava com seu vinho, ao ver que já tinha tomado mas da metade da garrafa ruborizou-se.
- Não precisa ficar assim, eu sempre me atrasei a compromissos a vida toda, meus amigos começavam até a chegar atrasado, ou me enganavam quanto ao horário, chegando eu uma hora antes. Mentira, mesmo assim eu chegava atrasado. O fato é que o atraso é apenas uma forma de lutar contra a essa forma de vida acelerada que a humanidade inteira leva. Sempre me atrasei, enquanto viver vou me atrasar, e não faço questão de perder meus compromissos por atraso, nem amigos, já perdi alguns por causa do atraso.
- Mas hoje o senhor não atrasou.
- Na verdade você que atrasou mais que eu.
- E a garrafa de vinho quase acabando - e fez um olhar critico a garrafa.
- Eu gosto de beber.
O garoto se sentou na frente do velho, numa mesa pequena, redonda, com uma toalha de mesa vinho. Pela primeira vez ele viu o velho, e não olhou como apenas fazia, ele usava um chapéu marrom, seus cabelos grisalhos, quase brancos, desciam pelo rosto até seu ombro, suas rugas eram poucas apesar de sua avançada idade, não usava mais barba como fazia quando era jovem, e um par de óculos de aros grossos e pretos completava sua feição.
- Dorian Gray – disse o velho do nada.
- Perdão?
- Não pareço tão velho por causa do quadro que tem em casa, mas ele já envelheceu tanto que começou a passar para mim – os dois riram – Mas me diga o que você quer de mim?
- Bom primeiramente...
- Sem rodeios – o velho o cortou
- Ok! Uma biografia, quero todos os detalhes sórdidos de sua vida, tudo! E com esse material relacionar as suas obras e fazer minha tese, além de publicar também sua biografia, se tiver sua autorização.
O Velho pensou por um instante.
- Me convença então – disse o velho olhando para o rapaz de esgoela.
- Bom... para as pessoas que você é um humano e não somente um escritor inalcançável, que não é considerados semi-deus, que qualquer um pode se tornar alguém como você, que qualquer pode ter uma vida que é considerada “errada” pela sociedade e mesmo assim crescer profissionalmente, socialmente, psicologicamente.
- Tudo bem, me convenceu, agora vamos almoçar que estou morrendo de fome.
Escolheram o almoço, conversaram sobre coisas cotidianas, procurando se conhecer e se deliciaram com o almoço pago pelo velho. Do mais, não conversaram mais nada sobre o projeto dos dois.

[biografia] - Pingado e Sorvete












   O café com leite dançava no copo do estudante que olhava para as anotações, na qual não via nenhum sentido, eram como palavras distorcidas junto com alguns desenhos onde nada fazia sentido, olhava fixamente tentando entender a lógica daquele senhor, mas nada vinha a sua mente para que pudesse continuar a examinar o documento. De súbito levou um susto pelo toque de seu celular, derrubando o leite por toda sua roupa, praguejou até chegar ao telefone e atendeu com uma voz perceptivelmente alterada.
   - Acho que liguei em má hora – disse a voz do outro lado da linha, mas ele não reconheceu.
   - Quem é? – perguntou o estudante limpando com um pano de prato.
   - O velho que você roubou ontem!
   O garoto empalideceu, gelou, ficou sem reação, as palavras não saiam de sua boca, nem para se defender do roubo. De fato ele não roubara, o velho que esquecera suas anotações no banco, apesar disso o velho sabia e riu-se do outro lado da linha.
   - Brincadeira, deixei lá de propósito para você! – não conseguindo abafar a risada, o garoto aos poucos ia se recuperando do choque – Então, conseguiu extrair alguma coisa de minha essência com as minhas anotações? Seja sincero comigo.
   - Sinceramente não – e antes que dissesse, mas alguma coisa o velho cortou.
   - Eu sabia, as anotações vêm conforme as coisas que penso, então teoricamente, as anotações são meus pensamentos. Acho que estou caquético já.
   - Não, de forma alguma, o senhor...
   - Não tente me bajular, eu gosto, mas não o faça. Faz assim, me encontre no Le Maison, sabe o restaurante? Então, lá ao meio dia e meio e conversamos. Agora tenho terminar de escrever meu romance, cambio.
   Antes que o jovem pudesse dizer alguma coisa o velho desligou o telefone, ele se sentiu importante, tinha conseguido com que seu ídolo o ajudasse em seu TCC, um sorriso tomou conta de sua face, esquecera que sua roupava estava impregnada pelo seu café da manhã e esquecerá que estava atrasado para aula, ao notar, agiu como um louco, se trocando rápido e saindo de casa.
   

   Eram dez da manhã, há quase três horas o velho que agora caminhava solene pelas ruas do centro da cidade, havia ligado para um estudante dizendo que aceitara ajudá-lo na sua tese de conclusão de curso. Como sempre, ele observava o movimento, mas ao invés do cigarro acompanhá-lo quem o fazia desta vez era um sorvete de creme, dessa vez não havia anotações, tudo ficava na memória. De súbito parou e ficou encarando o nada durante alguns instantes, os instantes se tornaram minutos, o sorvete derreteu e se espatifou no chão, preocupada um mulher veio ao seu encontro, e tocou-lhe o braço e perguntou:
   - O senhor está bem?
Retornando lentamente do transe respondeu:
   - Não se preocupe, minha cara, foi apenas um devaneio, sempre tive isso. Obrigado, mas agora preciso ir – ele caminhou até um taxi parado ali perto e foi embora. A mulher desconcertada também seguiu o seu caminho.

Vivendo em Nárnia

Há pessoas que tem medo de suas condições, das suas relações humanas, de seu homossexualismo. Estas pessoas vivem frustradas e assim querem frustrar a vida das pessoas que não tem medo de assumir suas características fisiológicas. No próximo dia 17 de maio é comemorado o dia internacional a homofobia, ou seja, as pessoas que tem aversão a pessoas que tem preferência à pessoas do mesmo sexo. Neste dia vamos ser mais humanos, você que tem medo das conseqüências, ouse um pouco do seu espírito rebelde e saia da sua zona de segurança para viver sua vida verdadeiramente. Saia de Nárnia.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

[biografia] - Um velho na Praça

   Um velho na praça observava de um banco o movimento, as pessoas que passavam os animais domésticos, os pássaros, as crianças que brincavam e o transito na rua a poucos metros de onde estava, nada escapava daqueles olhos treinados para perceber qualquer vislumbre de humanidade, aquele homem que passara a vida a escrever os momentos imperceptível da vida cotidiana, estava ali, sozinho e desconhecido por todos, mas nada o fazia parar de admirar a vida que o rodeava. Um cigarro lhe acompanhava de vez em quando, o vício que conhecera na adolescência quando conhecera a rebeldia da juventude. 
   Apesar de em toda a sua vida mostrar o lado bom da humanidade, o lado feliz, ele já não era mais, perderá todos com que se importava, ele que desejava morrer jovem, foi o único que sobrara de sua família, dos amigos... Condenava a todos por terem o abandonado, e agora aos 93 anos esperava a morte vir lhe buscar assim como fizera aos outros. Foi absorvido dos seus pensamentos quando um jovem rapaz sentara-se ao seu lado. 
   - Dia bonito não? – começara o rapaz a puxar um assunto. 
   - Prefiro quando os dias estão nublados, odeio sol – replicou o velho. 
   - Pra quem escreve tanto sobre a vida ser maravilhosa, o senhor me parece meio decepcionado. 
   - Engano seu, eu gosto da vida, não gosto da minha apenas... E não gosto do sol – ele se vira para o garoto – e você quem é? Me admira o fato de um garoto me conhecer. 
   - O senhor é conhecido no mundo literário. Sou estudante do curso de Letras, e estou fazendo meu TCC baseado em sua vida, a relação entre seus livros e sua vida pessoal – disse o garoto abrindo um sorriso ao velho, e observando suas anotações. 
   O velho respondeu ao sorriso do estudante com outro sorriso. 
   - Que saco! Existem livros para que você possa pesquisar essas coisas. E se eu já tivesse morrido? Como você faria? Considere-me morto assim como todas as pessoas que me importava morreram. 
   - Mas senhor não existe nenhuma biografia sua que tenha sido, como posso dizer... Escrita ou supervisionada pelo senhor, me diga então qual delas é a mais verdadeira sobre sua vida? 
   - Não sei, não li nenhuma! Tenho mais o que fazer do que ler minha própria vida escrita por outros. 
   - Mas e se eles estiverem falando mal do senhor? 
   - É um direito deles. Você acha que eu vou me importar com a minha imagem a essa altura da minha vida? Quando eu era jovem eu mesmo a destruía – ele pega o celular disca um número – venha me buscar, não quero andar. 
   - O senhor vai me ignorar aqui? 
   - Uhm... – pensa alguns instantes – é, vou. 
   - Ídolos sempre nos decepcionam! 
   - Existem tantas coisas que nos decepcionam meu caro: casamento, New York, o cachorro quente da lanchonete na esquina de casa, a última maconha que fumei... – foi se levantando lentamente, e com a ajuda de uma bengala foi caminhando em direção a rua, onde seu motorista iria pegá-lo – Mas faz assim, me deixa seu telefone, não é porque hoje não estou com vontade de falar que outro dia estarei assim também. Fui claro? Não pareceu concisa essa frase. Mas você entendeu não é? – apesar de sua avançada idade ele não tinha problemas para caminhar, o garoto entregou-lhe um pedaço de papel com seu telefone. 
   - Por favor, me ligue, vai ser importante para mim. 
   O velho parou e fingiu dormir dando uma sonora roçada. 
   - Ta bom, ta bom, vou ver o que faço – o motorista encostou o carro e foi ajudar o patrão a entrar, o garoto ficou olhando seu ídolo entrar no carro. E antes que partisse o velho gritou - Espero que tenha trazido um guarda-chuva rapaz. 
   O estudante não entendeu, e esperou o carro partir, ao voltar para o banco onde os dois conversavam notou que o escritor esquecera seu bloco de anotações, ele o pegou, folheou algumas páginas, e em seguida algumas gotas começaram a pingar, uma típica chuva de verão mudara o tempo, e todos ali na praça corriam para se esconder da chuva.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Hoje acordei meio Platão



Οι ανθρώπινες δραστηριότητες είναι εγγενείς στην συναισθήματά τους