segunda-feira, 30 de março de 2009

Dorgas mano

Tiop... Dorgas mano Mais dorgas mano
Os efeitos colaterais das dorgas, mano

Lula e as dorgas mano



domingo, 29 de março de 2009

o Mimimi

O mimimi pegou, e eu não sei o que ser isso ainda, mas ainda vou descobrir.
Não acompanho as evoluções tendenciosas do mundo. mas esse video me dá uma noção do que se trata.



A Lan House do Pugatório decifrou o nosso big problem sobre o mimimi, segue explicação.
Mimimi é mania de reclamar de tudo, de choramingar, de ficar se queixando, de ficar fazendo pipipipi igual o Chaves, enfim: onomatopéia de chororô. prontoexpliquei

Aproveitem e façam o teste do mimimi

sábado, 21 de março de 2009

Para Bagdá, obrigado por todas... Henry Jon

Senti o chão tremer.
Não, não era o álcool no meu sangue, subindo à cabeça! Ou será que era? Isso seria, tipo, um enigma do universo para mim. Possivelmente o tremor foi bem menor do que o que eu senti, afinal, as três garrafas de vinho barato que eu tomei podem provocar até um tsunami.
Não estranhe meus pensamentos desconexos, isso sim é o álcool!
Logo percebi que era, tipo, uma galerinha do lado de lá, ah, você sabe, os caras do Saddam jogando granadas. Escapei de uma por pouco. O engraçado é que quando eu estou, tipo, não bêbado, mas alcoolizado (porque é mais bonito - que nem eu aos olhos de mamãe) eu escapo de todas as encrencas, como das vezes em que o general deixou de me punir porque eu estava, tipo, em coma alcoólico. Ah, bons tempos esses de ontem, até parece que foi hoje.
Opa, isso foi um tiro? Droga, de quem é esse braço no qual acabei de tropeçar? Ah, droga, arranquei um dedo fora quando tropecei. E agora? Ele vai querer guardar, com certeza. Vou colocar no bolso.
Sabe, olhando por esse ângulo até ficou sexy, a posição que ele caiu... Já sei, vou pôr o dedo decepado na boca dele. Ah, agora sim, isso sim é um homem sexy.
Às vezes tenho a impressão de que quando fico alcoolizado fico meio homossexual (outra palavra tão bonita quanto eu).
Droga, to tão alcoolizado (já to enjoando de falar bonito) que vejo luzinhas vermelhas brilhando no meu uniforme camuflado.
Credo, to sentindo que tem alguém me observando.
Cadê minha garrafa? Perdi!
Será que está no chão? Opa parece que alguma coisa passou por cima da minha cabeça. Ei, um cara atrás de mim acabou de ser baleado e...Droga, tropecei de novo.
Ei, tropecei numa granada. Por que será que o povinho de lá está gritando tanto? Ah, já sei, a granada é deles! Vou jogar!
“É de vocês? Podem ficar!”
Droga, não era para ter explodido.
Opa, meus colegas estão comemorando!Não sei o motivo, mas festa é festa!
“Vamos beber!!!”



Texto escrito por Luiza Ohana Bravo

sexta-feira, 20 de março de 2009

O Amor é para Todos

Quando eu era jovem, e não entendia nada do amor. Não o queria para mim, queria ser uma grande mulher da sociedade fluminense, solteira e muito rica. Mas tudo mudou aos meus dezessete anos em 1941, foi quando conheci Miguel e me apaixonei fervorosamente, meu mundo girava em torno daquele jogador de futebol de vinte anos, seus olhos verdes era como o paraíso, ia ao ginásio só para vê-lo de uniforme, suas pernas e braços fortes... Parecia ser esculpido por Deuses.
Mas o destino não quis nossa união, talvez por saber de meus desejos quando era uma criança. Assim e assim passei toda minha vida, sempre amando e nunca sendo amada.
No ano seguinte Miguel foi convocado para servir o exercito na segunda Grande Guerra, onde falecera poucos meses depois de sua partida. Nem ao menos chegou a saber o meu amor por ele.
Um dia Miguel caiu no esquecimento, depois de muito chorar por sua perda conheci Carlos e isso ocorreu em meados de 1944. Trocávamos olhares, em seguida trocamos cartas, carícias... Foi meu primeiro namorado, tudo era mágico, tudo era perfeito. Até eu descobrir o seu caso que mantinha com minha melhor amiga. Ela sabia e ria de mim pelas costas. Nunca chorei tanto na minha vida. Queria morrer. É demais ter um pouco de amor para si? O amor fazia parte de minha vida agora e precisava dele.
Minha dor era imensa, e precisava daquela sensação do amor de novo, então, tomei uma decisão radical. Não seria mais conhecida pelo meu nome de nascença. Valéria, não existiria mais, queimei todos os meus documentos, peguei algum dinheiro e fui para São Paulo em 1945. Meus pais eram ricos, tínhamos um casarão em Copacabana, papai trabalhava para o governo e mamãe era sua secretária. Era filha única, assim, tinha todas as regalias possíveis.
Uma sensação vingativa tomava conta de mim, fui traída, e isso acabava comigo só de lembrar.
A idéia me veio de súbito, um lugar onde eu sentiria o amor tempo suficiente para não me entregar a ele, seria apenas uma noite, e também seria “a outra” da vida de várias mulheres. Adotei outro nome, a partir daquele dia seria conhecida como Maria Regina. No centro de São Paulo encontrei uma austera casa de luz vermelha, lá fui conversar com madame Berta, que era quem comandava aquele bordel na Rua Augusta. Ela tentou me convencer de não entrar nessa vida, mas suas súplicas em vão e naquela noite foi leiloada minha virgindade. Não me lembro o valor arrecada, só sei que nenhuma nova garota conseguiu superar o meu recorde.
Foram cinco anos na libertinagem, cinco anos sem entregar meu coração e sofrer depois, foram anos de prazer. Até o dia em que conheci Felipe numa noite chuvosa e casa estava vazia, com poucos clientes. Felipe foi o mais sensível, conversou comigo, me chamou para sair no dia seguinte, onde ele me pagou um almoço e depois caminhamos pelo parque do Ibirapuera. Depois de tantos anos, lá estava eu novamente, apaixonada. Na noite seguinte ele não permitiu que eu voltasse à casa de madame Berta, ele me levou em um hotel ao sul da cidade e lá passamos a noite toda sob os lençóis. Finalmente achei que tinha encontrado meu príncipe encantado e que poderia sair da vida prostituição, ele me conheceu lá, e não se importava. Três dias seguidos sem voltar ao bordel. Até o dia em que ele precisaria sair da cidade para resolver alguns problemas fora da cidade, e me pediu para esperá-lo na casa de madame Berta, que quando voltasse me tiraria de lá.
Dois meses e nada de Felipe voltar, tentei não me prostituir mais, só que madame Berta exigiu-me como pagamento em morar em suas dependências, Felipe não ficaria bravo, se eu voltasse, era por pouco tempo, até ele voltar para me buscar. Felipe me engravidou não queria mais transar com um bebê na barriga, madame Berta sugeriu um aborto, as não quis, era o filho do homem da minha vida, ele chegaria em breve, eu sentia isso, e a barriga nem atrapalharia no meu oficio. Antes fazia meu trabalho com todo o amor possível, pois, para se transar precisava-se do mínimo do amor possível, por causa disso era a melhor. Depois do Felipe, fazia tudo mecanicamente. Diziam que estava perdendo o talento, mas eu não me importava.
Certo dia caminhando pela Avenida Paulista, reconheci uma voz, era Felipe conversando com um amigo.
- E sua esposa como anda?
- Bem, muito bem, minha filhinha nasceu esses dias, agora já tenho um casal, Lucas já está com quatro anos. – respondeu Felipe.
Ele tinha esposa e dois filhos, cheguei mais perto para ver se era ele mesmo. E era, estaria eu sendo enganada novamente? E a resposta veio à tona.
- E aquela garota que saiu a um tempo atrás? Era muito bonita. – perguntou seu amigo.
- Cala boca cara, você não viu nada, tinha brigado com minha esposa e fui para um puteiro, e ela era mais gostosa. Comi quatro dias e só paguei por uma noite, a trouxa achou que eu a amava de verdade. Essas putas acreditam em contos de fadas.
Meu mundo caio.
Eu esperava um filho dele, apostei todas as minhas fichas naquele desgraçado, eu voltei a acreditar no amor. O amor não me pertence, eu não posso me dar ao luxo de amar, eu nasci para viver só no mundo.
Mas não ia acabar assim, segui Felipe pela cidade, até chegar a Frei Caneca, onde ele tinha uma casa. A casa em que vivia com sua esposa e filhos. Logo em seguida eu entrei.
- Felipe? – e ele me olhou – Eu sou a puta que você comeu quatro dias e só pagou uma noite, eu estou grávida de um filho seu.
- Você está louca sua vagabunda? Entra na minha casa e me acusa diante de minha mulher e filhos. E eu nem chamo Felipe, meu nome é André, saia imediatamente de minha casa – e ele foi me empurrando para fora, não consegui segurar meu choro, que borrava toda minha maquiagem.
- Você esteve comigo dois meses atrás após brigar com sua mulher – seus olhos se arregalaram de espanto em seguida me empurrou e desci rolando a escada de dez degraus que tinha na entrada de sua casa.
Estava literalmente na sarjeta. O que me animou foi a briga que deu-se na casa mas logo se cessou, eu não tinha forças para me levantar, nem física nem emocional, e partir daí minha vida começou a declinar. Naquela noite abortei o filho de Felipe.
Em 1952, aos meus vinte e oito anos, madame Berta me expulsou de sua casa de tolerância, já não rendia mais como antes e estava deprimindo os clientes comecei a me prostituir pelas ruas de São Paulo, nessa época cheguei a transar até com mulheres e isso me embrulhava o estômago. Foram nove anos nas esquinas, até que não conseguia render mais, estava velha, minhas dívidas aumentava e pessoas vinham atrás de mim para serem pagas. Depois de uma grande surra que me levara ao hospital e que havia perdido dois dentes frontais, resolvi que era hora de partir novamente e mudar a identidade. Não conseguia outros empregos e assim tive continuar na prostituição.
Maria Regina morrera no dia treze de dezembro de 1961. A partir daquele dia eu era Geni.
Meu próximo ponto de eram as estradas brasileiras, a maioria eram ferais, não podia cobrar caro, apenas o suficiente para comer. Foram mais oito anos me prostituindo para caminhoneiros e fugindo dos militares em plena Ditadura Militar, nos últimos anos engordei trinta e dois quilos, e abortei quatro crianças, não vinguei nenhuma. Todas minhas viagens só evitava a voltar ao Rio de Janeiro, cheguei a me prostituir a seis homens em troca de um prato de comida. O que eu fiz da minha vida?
Em 1970 passei mal durante uma transa, e o gentil senhor me levou em um hospital publico e depois foi embora. Outros teriam me jogado na estrada.
Aquela ida ao hospital fizera eu descobrir que vinte quilos do meu peso, era de um tumor no útero, o tumor era um câncer maligno, e eu já estava em fase terminal, sem chances para cura.

Voltei ao Rio de Janeiro no dia dezenove de março de 1970, aos quarenta e seis anos, mas aparentando pelo menos sessenta anos. Queria apenas ver minha família mais uma vez. Nossa casa havia se transformado em um prédio, onde andava meus pais? Encontrei minha amiga de infância, Cátia, ela não me reconheceu, pelo jeito nunca saíra daquela rua e hoje viva com o marido e filhos na casa que era de seus pais. Ela me contou que minha mãe morreu dois nãos depois de eu ter fugido de casa, meu pai morrera alguns meses depois, como não puderam provar que estava viva os bens foram passados ao meu tio que vendera tudo e se mudara para a Europa.
Caminhei por três meses pelas ruas de Copacabana. E morri na areia da praia, com as ondas beijando meu rosto. Naquele momento vi que havia um pouco de amor para mim.

terça-feira, 17 de março de 2009

Olhos Verdes

As estrelas coloridas no ombro, os cabelos negros compridos, o sorriso maroto e os olhos verdes, fazem parte dela... Ela que nos ilumina quando está feliz, e que tudo fica cinza e sem graça quando ela não está bem. Os dias ao seu lado foram enormementes prazerosos, as risadas, as ironias e as velhas virgens sem ritmos.

A dona dos olhos verdes não se deixa intimidar, todos a amam, ela é especial (não é retardada), ela é tão perfeita que a pessoa que mais sofre em meus contos, por isso hoje venho me redimir, para falar que ela é a única e esplendorosa Jéssika Boaventura.

Minha amiga, minha mina, minha namorada...


PS: Parece que peguei foto de comercial de shampoo

sábado, 14 de março de 2009

O Gosto da Maldade


Nós deixamos enganar pela carinha de santo de nosso colega Carlos, que nos ofereceu uma garrafa de Campari, a cor era sugetiva para algo bom e altamente alcoolico, ledo engano o nosso, ao prova o primeiro gole de sua bebida que guardava com tanto préstimo e a hecatombe foi invitável, todos queriam provar e Allan conseguiu expressar todo aquele sabor que tomava conta de nossas papilas degustativas, segundo o Allan aquele era o Gosto da Maldade.
Era horrível, antes tivessemos tomado um drink de cianureto que não teria um gosto tão ruim, felizmente o sabor desapareceu e hoje vivemos mais felizes.
Pelo menos a garrafa de Campari, era um excelente microfone para cantarmos Como nossos pais da Elis Regina [Sinto que eu era o que mais sabia a letra da música]. A chuva, a música e o Gosto Malddade limparam nossas almas naquela Sexta-feira 13.

Stars shinning brigth above you

You walk alone between houses and buildings, and you are everything for me. Trees trying speak for you how much I love you, but you can't hear it.
When the darkness fall, your eyes shine more than sunlight and stars shinning brigth above you.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Alice vem aí

Uma imagem vale mais que mil palavras...


quarta-feira, 11 de março de 2009

A missão do Horóscopo

Era manhã quando Deus parou diante de suas doze crianças, e em cada uma delas plantou a semente da vida humana. "Uma por uma, elas dirigiram-se a Ele para receber seu dom e conhecer sua missão".

Para você, ÁRIES, dou a primeira semente, a qual você terá a honra de plantar. E, para cada semente plantada, um milhão de novas sementes se multiplicarão em suas mãos. Você não terá tempo para vê-las crescer, pois tudo que plantar criará mais sementes para serem plantadas. Você será o primeiro a penetrar no solo da mente dos homens com minha idéia. Mas não é seu trabalho alimentar a idéia nem questioná-la. Sua vida ação, e a única ação que atribuo a você é começar a tornar os homens cientes de minha criação. Para que seja um bom trabalho, dou-lhe a virtude do auto-respeito.Em silêncio, Áries voltou a seu lugar.
Principal Característica: individualidade, ação;
Qualidade: coragem, sinceridade;
Defeito: impulsividade e franqueza excessivas.

Para você, TOURO, eu dou o poder de fazer da semente a substância. Seu trabalho é grande e exige paciência, pois você precisa terminar tudo que foi começado ou as sementes se perderão ao vento. Você não questionará ou mudará de idéia no meio do caminho, nem dependerá de outros para fazer o que pedi. Para isso, dou-lhe o dom da força. "Use-a com sabedoria". E Touro voltou a seu lugar
Principal Característica: estabilidade;
Qualidade: lealdade, persistência;
Defeito: teimosia, conservadorismo

Para você, GÊMEOS, dou as perguntas sem respostas, para que possas trazer a todos a compreensão do que o homem vê ao seu redor. Você nunca saberá porque os homens falam ou ouvem, mas em sua procura pela respostas encontrarás meu dom do conhecimento. E Gêmeos voltou a seu lugar.
Principal Característica: movimento;
Qualidade: adaptabilidade, versatilidade;
Defeito: racionalidade excessiva, falta de comprometimento

Para você, CÂNCER, atribuo a tarefa de ensinar aos homens sobre emoção. Minha idéia é você causar-lhes risos e lágrimas para que tudo que vejam e pensem se desenvolva com plenitude interior. Para isso, dou-lhe o dom da família, para que sua plenitude possa se multiplicar. E Câncer voltou a seu lugar.
Principal Característica: sentimento;
Qualidade: empatia, sensibilidade;
Defeito: possessividade, apego ao passado, flutuabilidade.

Para você, LEÃO, dou o trabalho de mostrar minha criação para o mundo em todo o seu esplendor. Mas você precisa tomar cuidado com o orgulho e sempre se lembrar de que a criação é minha, não sua. Pois, se você se esquecer disto, os homens irão desprezá-lo. Haverá muita alegria no trabalho, se ele for bem-feito. Para isso você terá o dom da honra. E Leão voltou a seu lugar.
Principal Característica: alegria;
Qualidade: dignidade, generosidade, introversão;
Defeito: egocentrismo, autoritarismo, teimosia.

Para você, VIRGEM, peço uma análise de tudo que o homem tem feito com minha criação. Você examinará seus caminhos minuciosamente e o lembrará de seus erros, para que por seu intermédio minha criação possa ser aperfeiçoada. Para isso, dou-lhe o dom da pureza de pensamento. E Virgem voltou a seu lugar.
Principal Característica: vontade de fazer melhor;
Qualidade: capricho, humildade, aperfeiçoamento constante;
Defeito: criticismo, mania de perfeição.

Para você, LIBRA, dou a missão de servir, pois o homem deve estar ciente de seu serviço em favor dos outros. E de que precisa aprender a cooperar, bem como ter a habilidade de enxergar o outro lado de suas ações. Eu colocarei você em todo lugar onde haja discórdia e, pelos seus esforços, lhe darei o dom do amor. E Libra voltou a seu lugar.
Principal Característica: a busca do outro, a sociabilidade;
Qualidade: diplomacia, elegância, simpatia, bom senso;
Defeito: hesitação, necessidade de agradar, dificuldade com conflitos.

Para você, ESCORPIÃO, dou uma tarefa muito difícil. Você terá a habilidade de conhecer a mente dos homens. Mas não permito a você que fale sobre o que aprender. Muitas vezes você será magoado pelo que vê e, por causa da dor, se afastará de mim e se esquecerá de que não sou eu, e sim a perversão de minha idéia que está causando sua dor. Você terá tanto do homem que chegará a conhecê-lo como animal, e lutará tanto com seus próprios instintos que perderá seu caminho. Mas, quando você finalmente voltar a mim, Escorpião, eu terei para você o supremo dom do propósito. E Escorpião voltou a seu lugar.
Principal Característica: a profundidade;
Qualidade: conhecimento do serhumano;
Defeito: intensidade excessiva.

Para você, SAGITÁRIO, eu peço para fazer rir aos homens, pois por causa das incompreensões de minha idéia eles se tornam amargos. Ao provocar risos, você dará esperança ao homem e, com esperança, voltará seus olhos para mim. Você tocará muitas vidas, mesmo que só por um momento, e conhecerá a impaciência em cada vida que tocar. Para você, Sagitário, eu dou o dom da abundância infinita, pois você deve espalhar generosidade suficiente para poder penetrar em cada canto de escuridão e torná-lo iluminado. E Sagitário voltou a seu lugar.
Principal Característica: a expansividade;
Qualidade: o otimismo;
Defeito: a arrogância.

Para você, CAPRICÓRNIO, peço o suor de seu rosto, para que possa ensinar os homens a trabalhar. Sua tarefa não é fácil, pois você sentirá o trabalho de todos os homens sobre seus ombros. Mas, para que possa vencer seus desafios, dou-lhe o dom da responsabilidade. E Capricórnio voltou a seu lugar.
Principal Característica: a persistência;
Qualidade: disciplina;
Defeito: rigidez.

Para você, AQUÁRIO, dou o conceito do futuro para que o homem possa ver outras possibilidades. Você terá a dor da solidão, pois eu não lhe permito personalizar meu amor. Mas, para abrir os olhos do homem para novas possibilidades, eu lhe dou o dom da liberdade, para que com liberdade, possas continuar a servir a humanidade sempre que necessário. E Aquário voltou a seu lugar.
Principal Característica: a originalidade;
Qualidade: o humanismo;
Defeito: o radicalismo.

A PEIXES, Deus concedeu o dom maior: o de compreendê-lo.Para você, Peixes, eu dou a tarefa mais difícil de todas. Peço-lhe para reunir todas as tristezas do homem e enviá-las para mim. Suas lágrimas serão minhas lágrimas. A tristeza que você incorporará é o efeito da incompreensão da minha idéia pelo homem. Mas você lhe dará compaixão para que ele possa tentar novamente. Para esta tarefa, a mais difícil de todas, dou a você o meu maior dom: Você será a única das minhas doze crianças com o poder de Me compreender. Mas esse dom da compreensão é só para você, Peixes, pois quando você tentar transmití-lo ao homem ele não o ouvirá. E Peixes voltou a seu lugar.
Principal Característica: a sensibilidade;
Qualidade: a doação;
Defeito: tendência a fuga.

Então Deus , disse: "Cada um de vocês é perfeito, mas vocês não saberão disso antes de cumprirem sua missão."
E as crianças sairam, cada uma determinada a fazer seu trabalho o melhor possível, para que pudessem receber seu dom.

terça-feira, 10 de março de 2009

Prosopopeia Flácida para Acalentar Bovinos

O velho Jason J. O'Bannon estava fadado, com seus 83 anos de idade, atravessar o Novo México, com cerca de cem cabeças de gado. O ano era 1815, o desbravamento do oeste americano estava trazendo consequências terríveis a seus moradores. A única coisa que restava ao velho O'Bannon eram seus gados e sua filha que o esperava em sua nova fazendo junto com sua esposa que estava doente. A noite caia lentamente e junto com ela vinha uma grande tempestade, quando a tempestade os atingissem, Jason não conseguiria conter todos os bois da agitação pelos trovões, chuvas fortes e as rajadas de vento. Caminhavam por um deserto quando a tempestade os alcançou, a única coisa que se via, era uma árvore, o velho O'Bannon sentou sob a árvore, que austera e volumosa, era um Oasis, naquele solo duro e seco. Infelizmente Jason J. O'Bannon sofrerá um ataque cardíaco fulminante e falecera, e os bois começaram a se desgarrar conforme a tempestade engrossava. - Esperem, fiquem aqui - falou a árvore - Por que devemos ficar? O céu está desabando em nossas cabeças. - Pois vocês são os únicos bem desse pobre coitado, vou contar uma história para vocês - e todos os bois rodearam a árvore, eles adoravam uma história - Era uma vez um boi chamado Boi. Boi era muito bem cuidado na fazendo do senhor McDonald, ele tinha de tudo do bom e do melhor, mas ele não estava satisfeito, queria ser livre, e caminhar pelo mundo sem se preocupar. Certo dia Boi fugiu de madrugada e vagou pelas terras desconhecidas, um grande desbravador. O problema é que ele foi domesticado, e não sabia procurar comida, qualquer pasto para ele já o servia, mas era pouco, e ele tinha muita fome, então, ele foi emagrecendo, foi perdendo a sua beleza, ele sabia que na fazenda, o seu fim seria a morte, e que seria servido em um parto para seus donos, e ele se arrependeu profundamente de ter fugido. Quando morto ele serviria a quem lhe tratou tão bem durante toda a vida, e que nunca passaria fome. Boi chegou ao deserto sem rumo e um dia sem água e nem comida, faleceu, esquecido por todos.
Todos os bois ficaram quietos depois da história da árvore, se uniram e esperam o fim da tempestade e depois dormiram até o nascer do sol.
Pela manhã, os bovinos caminharam até sua nova morada, onde seriam bem tratados e cumpririam seu destino.

segunda-feira, 9 de março de 2009

O Vórtice da Perspectiva Total

No olho do furacão, vejo:
  • Que terei que abdicar de algumas pessoas para manter minha sanidade, que já não é uma maravilha.
  • Que o amor, por que eu tente me enganar que é coisa boa que faz bem a alma, não é, a palavra que não combina comigo é o amor, ele não vem mais com tanta frequencia como antigamente, mas mesmo quando vem é arrasador.
  • Estou cercado de pessoas falsas que querem me ver no fundo do poço (o que não é muito dificil), mas ainda assim pode ser Teoria da Conspiração

E isso terá um fim? Ou estou fadado a ser eternamente infeliz?
Bom de qualquer forma, nada que um drin que de cianureto não ajude.

domingo, 8 de março de 2009

Desafio Literário

Leia o trecho do poema abaixo e responda as questões:



"O JUMENTO E O CAVALINHO, ELES NUNCA ANDÃO SÓ
QUANDO SAI PRA PASSEAR LEVÃO A ÉGUA POCOTÓ"

(Eguinha Pocotó, Mc Serginho, 2003)



Foto: Representação neoclassicista da figura feminina apresentada na obra de MC Serginho. Pintor desconhecido


1. Eleita como acompanhante nos passeios dos dois protagonistas, a Égua Pocotó rompe a solidão até então predominante no panorama urbano estabelecido. Mais do que um triângulo amoroso convencional, o autor atribui aos personagens um status que transcende a natureza metafísica convencional. Emerge, então, o caráter feminino no auge de sua auto-afirmação como contraponto ao pansexualismo. Descreva o papel da Égua Pocotó como elemento de instabilidade no equilíbrio social do início do século XXI.



2. A forma adotada pelo autor do texto leva o leitor a uma reflexão crítica acerca de alguns elementos do estilo literário da época, ao mesmo tempo em que insere temáticas dotadas de valor universal. Assinale a passagem em que o autor expressa com maior intensidade este dualismo. Identifique a figura de linguagem adotada.



3. Ao idealizar em um mesmo patamar, personagens que até o momento só haviam sido tratados com a devida separação de classes, coloca o autor o "jumento e o cavalinho" como uma paródia da realidade social do país na época. O brilhantismo desta visão crítica é destacado por expressões que para um leitor menos atento podem parecer erros gramaticais, mas que na verdade geraram uma nova aplicabilidade da língua portuguesa. Identifique estes trechos e as inovações gramaticais por eles introduzidos, e Justifique sua resposta.



4. O texto de Mc Serginho, precursor do movimento literário-cultural denominado pocotoísmo, propõe uma nova métrica e abordagem ao texto poético. Alguns críticos da época chegaram a compará-lo à "pedra no caminho" de Drummond, um poeta de menor importância no século XX, injustiça revertida mais tarde com a identificação da sua efetiva quebra de paradigma literário. Compare o estilo da obra de Mc Serginho com os autores clássicos do século XX e justifique a relevância de sua obra.



5. O poema citado a cima é um paradoxo, muito frequente nos poemas de Gregório de Matos, que se encaixava no estilo barroco. Sabendo que o estilo barroco procurava, entre outras coisas, pedir perdão aos céus pelos pecados cometidos, comente sobre o obscurantismo presente nos versos de Mc Serjinho e refaça-o com um tom de arrependimento típico de um jumento que sai com um cavalo e se depara com uma "Égua pocotó" para os infernizar momentaneamente.



6. Levando em considerações a égua é citada liricamente na música de Mc Serginho, faça uma redação mostrando o lado sertanejo que esse animal carrega e todos os valores que o mesmo têm, comparando com a obra de João Guimarães Rosa, discuta a carga semântica que o nome "Égua pocotó" carrega, e também diga porque apenas um léxico só não é o suficiente para demonstrar qual a importância da égua pocotó nos dias de hoje e compare com o movimento Avant-Gardé na arte - música, demonstrando as características de MC Serginho - seja breve.

sábado, 7 de março de 2009

As freiras cegas de Cali - Parte II

O sol ainda não havia nascido quando o trem cargueiro passou pela cidade de Cali, na Colômbia. O trem abria caminho na escuridão em que a cidade se encontrava, e no último vagão transportava clandestinos. Tratava-se de aventureiros brasileiros, que trilhavam seus caminhos conforme o que lhes viessem na cabeça.
Haviam partido do porto de Buenaventura, mas antes estiverem em quase todos os países da América Latina, fazendo um tour pelo continente.
- Vamos saltar logo em frente – falou uma garota magra, de cabelos negros, lisos e longos, seus olhos eram verdes e de boca pequena, seu nome era Alice.



Todos se preparam pegando seus pertences, uma garota negra que cochilava, foi acordada por seu amigo, um garoto de média estatura, cabelo curto e bem enrolado e ligeiramente acima do peso.
- Acorda Charlene, já vamos descer – falou Matheus, o garoto que a acordara.
- Mas ainda ta longe da próxima estação – retrucou Charlene, com voz de sono e ligeiramente de mau humor.
- Eu sei... Mas vamos pular.
- De novo não, dá última vez eu desci rolando um penhasco até um lamaçal.
- Será que daremos sorte dessa vez de novo então? – falou um garoto alto, loiro de cabelo raspado e óculos de aros grossos pretos – Foi engraçado.
Uma garota corpo escultural, cabelos negros e de óculos abafou uma risadinha, seu nome era Luana.
- Vai com calma Samuel, o dia nem nasceu e você já está destilando veneno – alertou Matheus.
Ao passarem por um terreno gramado todos pularam, um de cada vez. E o trem continuou sua jornada. Caminharam até chegarem mais ao centro da cidade, para se reabastecerem de comida, água e remédios, já estavam a algum tempo se divertindo por trilhas na América do Sul. Terminaram a faculdade e durante o período de estudo trabalharam e juntaram dinheiro para essa viagem, estavam fora a seis meses, e ainda lhes restavam dinheiro para mais uns dois meses, onde voltariam a suas vidas normais.
- Para onde vamos depois? - perguntou Luana
- Vamos subir a Cordilheira Central dos Andes, é um caminho bem light, onde tem uma vila e várias construções renascentistas, vai ser divertido – respondeu Alice.
- E como sabe disso tudo? – perguntou Charlene
- Google. Chequei meus e-mails em Buenaventura, e aproveitei para ver o que tinha de bom em Cali.
- Achei que definiríamos o roteiro juntos – sibilou Matheus
- Ai gente desculpa, desculpa mesmo, é que achei que iriam gostar – falou Alice arrependida.
- Quem disse que a gente não gostou? – perguntou Matheus para Alice sorrindo
E todos concordaram em seguir para a Cordilheira, o que eles não sabiam era que Alice tinha um segredo, sua prima Camila, havia desaparecido naquela região há um mês atrás e foi investigar o que havia acontecido.
- Você vai deixar isso na cintura em plena cidade? – perguntou Luana para Samuel, que carregava uma arma no cós de seu jeans. – Coloca na mochila antes que a polícia nos pare e vamos presos.
Samuel comprara a arma para a viagem, a maioria das vezes que a usara era para diversão apenas, usara poucas vezes para própria defesa, na floresta amazônica usou para se defender de um lobo, mas sempre que empunhava a arma, ele se sentia último a dar a palavra.
O sol brilhava no céu de Cali, já eram dez horas da manhã e o grupo de aventureiros se deslocava até o seu destino, a encosta da Cordilheira Central dos Andes, onde fariam mais uma de suas aventuras. Haviam passado um grande sufoco no primeiro mês de viagem na floresta amazônica, mas decidiram deixar isso de lado, não era contratempo que iria acabar com toda a diversão.


Já estavam a mais de duas horas passando pelas trilhas da Cordilheira, estavam indo devagar e estavam cercados pela mata todo o tempo. As trilhas eram grandes, onde carros podiam circular facilmente. O céu começara a escurecer, uma tempestade estava à caminho, e o grupo estava longe da cidade, a última vila que virão estava quarenta e cinco minutos atrás deles.
- Vamos voltar, a tempestade vai ser forte, tem uma vila pode chegar lá – falou Luana
- Não, esperem, tem alguma coisa ali, uma construção renascentista – falou Matheus apontando para uma mancha cinza a meio a vegetação – vamos para lá!
O céu começou a desabar sobre eles, uma chuva fria com ventos uivantes faziam a floresta ficar macabra. Estava tão escuro como se fosse noite, e a pequena trilha que os levavam a construção tinha uma correnteza de lama, ao chegarem o portão estava fechado, mas ao empurrarem ele abriu.
Não se via um palmo à frente do nariz, e na direção da edificação viam-se luzes, então alguém morava lá. Ao se abrigarem na área coberta da construção uma freira trouxe várias toalhas secas e brancas para se secarem, todos ficaram assustados com o que viam, a freira não tinha olhos. A freira era muito magra e seu rosto tinha um traço oriental.
- Se sequem – falou em português – Antes que adoeçam, eu sou a irmã Rebeca, sintam-se a vontade por favor.
O lugar em que estavam era um convento onde todas as freiras eram cegas. Aos poucos todas elas foram aparecendo para saudar seus mais novos visitantes. Da ultima vez que visitantes estiveram ali, foi há um mês, uma equipe de televisão. Foram todos acolhidos para dentro do convento onde tomaram uma sopa quente para se esquentarem e de sobremesa algo que nunca haviam visto, pêssegos albinos.
- Bom meus caros, creio que vão dormir entre nós está noite, meu nome é irmã Joanna – disse uma freira que se sentava a ponta da mesa, a única que usava óculos de sol, notava-se um ligeiro sotaque espanhol – é que temos algumas regras. Rapazes e moças terão que dormir em quartos separados, os rapazes lá no porão e as moças junto das outras irmãs. Depois das nove todos dormindo, acordamos às cinco e meia da manhã, portanto, quero que se adéqüem a isso.
- Sem problemas, nós seguiremos suas regras irmã, amanhã cedo partiremos. – argumentou Matheus com a irmã – mas se a chuva parar logo vamos embora hoje mesmo, não precisam se preocupar.
- Não seja tolo, a tempestade vai demorar a passar e mesmo que passe o caminho ficará intransitável, fiquem conosco até amanhã cedo, não irão se arrepender.
Os trovões caiam aos montes naquele região iluminando os corredores do convento de tempo em tempo. Ao fim do jantar todos resolveram passar a noite, afinal o que freiras cegas poderiam fazer contra eles?
Todos, inclusive as freiras, descansavam em um salão muito aconchegante rodeados de poltronas.
- Por que será que são todas cegas? – perguntou Alice à Matheus com quem estava dividindo um sofá, em um quase sussurro.
- Acho que a igreja manda todas as freiras cegas para cá, ou devem ter feito algum tipo de promessa.
- Mas não é estranho que não haja ninguém enxergando tomando conta delas?
- Realmente, bom... talvez seja algum tipo de penitência.
- Talvez – fez-se uma longa pausa,e então Alice voltou a falar – Eu menti, vim pra cá porque uma prima minha, repórter, sumiu fazendo uma reportagem aqui neste convento, a polícia chegou até vir aqui, mas não encontraram nada, acho que os traficantes da cidade, que usam esse bosque de esconderijo devem ter raptado ela.
- Por que não avisou ninguém desse seu plano? – perguntou Matheus mantendo a voz baixa – Poderíamos ter nos preparado para encontrar algum tipo de pista. Mas e se forem os traficantes? Vamos pedir para eles nos seqüestrarem também? – estava ligeiramente irritado, e o salão era iluminado por poucas velas, mantendo em um grande escuridão, as freiras eram cegas e não tinham noção de quantas velas eram necessárias, havia uma para cada convidado.
- Não contei para não ficarem bravos comigo, e quanto a minha prima, só quero saber se está viva ou morta, é difícil ficar na dúvida, na angustia e esperar por algo que não vai vir.
A conversa não se prolongou mais, e pouco tempo depois todos se recolheram aos seus aposentos, e logo dormiram. Charlene custou a dormir, não conseguia esquecer o sabor daquela fruta que provara no jantar, eram os pêssegos mais doces que comera em toda a vida, depois de algum tempo em sua cama, com lençóis limpos e cheirosos ela se levantou, acendeu sua vela com o isqueiro, e desceu até a cozinha, queria mais um pêssego.

A tempestade foi a mais violenta nos últimos vinte e nove anos na região, parecia que os relâmpagos cortavam o céu mais do que a chuva, iluminando várias vezes o convento, não deixando os visitantes dormir. Na manhã seguinte o dia amanhecia quando o grupo se levantou carregando sua bagagem para baixo onde tomariam o café da manhã e partiriam, o céu estava cinza, deixando tudo muito sombrio. Ao chegarem no refeitório, estava vazio, nem uma irmã estava lá.
- Gente cadê a Charlene? Deve ta dormindo, Luana chama ela lá, por favor? – pediu Matheus à Luana
- Claro, Lice você vem comigo? – e as duas garotas subiram aos aposentos das freiras.
Matheus e Samuel esperaram cinco minutos até as garotas voltarem.
- Ela não está aqui – avisou Alice do alto da escada.
- Eu vou procurá-la no porão já volto. – disse Samuel, e Matheus foi verificar se as irmãs estavam lá fora, junto dos pessegueiros.
Samuel desceu as escadas, o porão era escuro e úmido, mas dava-se para enxergar bem. A sua frente abriu-se uma porta onde sorrateiramente saiu Charlene, a bela garota negra que os acompanhava estava vestida com um hábito, e nos olhos uma venda branca.
- Que isso resolveu virar Whoopy Goldberg? Só por favor, não cante. – falou Samuel para a amiga que parecia não prestar atenção.
Conforme Charlene caminhava em sua direção mais freiras começavam a sair daquela sala, todas cegas. Samuel sentiu algo estranho apalpou sua cintura à procura de sua arma, mas tinha colocado na mochila a pedido de Alice, estava andando devagar para trás e sentia que estava suando frio. Ao se virar de costas paras as freiras para correr, Charlene pulou em suas costas derrubando-o, que caiu batendo a cabeça no primeiro degrau da escada e quebrando o pescoço. Não teve tempo nem de gritar.

Um leve nevoeiro cobria a paisagem da cordilheira naquela manhã, Matheus caminhava no extenso terreno que havia a frente do convento, e então percebeu que vários corvos estavam pousados sobre os pessegueiros, um cheiro horrível foi sentido, em seguida notara que urubus caminhavam nas raízes das árvores, ao se aproximar mais viu algo que lhe checou, levou a mão ao rosto e gritou desesperadamente:
- Lice, Lu, Samu, venham aqui rápido, corram é urgente. – não conseguia controlar o pânico à sua frente estava a cabeça de uma mulher, de cabelos negros, que pareciam vir até os ombros, ela estava sem os olhos.
Alice e Luana chegaram correndo.
- Não encontramos a Charlene - disse Alice
A voz de Matheus não saiu, ele apenas apontou ao eu havia encontrado. Por alguns segundos todos ficaram parados atônitos no que viam, em seguida Alice caiu de joelhos e começou a chorar.
- O que foi Lice? – perguntou Luana
- É a minha prima, repórter, eu quis vir para essa região para ver se a encontrava. – disse soluçando, não conseguia controlar suas lágrimas.
- Vamos temos que sair aqui – disse Matheus puxando Alice pelo braço em direção ao portão. Tentaram de todas as formas abri-lo mas estava trancado. – Lu, vai procurar o Samu, eu e a Lice vamos procurar a chave dessa merda.
- Ta bom
- E tome cuidado.
Luana entrou correndo em direção ao convento, Matheus puxava Alice que estava em choque, ao passarem pelas mochilas que estavam juntas perto da porta de entrada, Alice se livrou do braço de Matheus e começou a mexer na mochila de Samuel, da onde tirou o resolver e guardou no cós de seu jeans.
- Essa gente é perigosa, melhor estarmos preparados. – falou Alice tomando frente ao subir as escadas, estavam se dirigindo à sala da madre superiora, onde provavelmente a chave estaria guardada.


Luana desceu ao porão escuro, não havia nada por lá, e ela chamava por Samuel sussurrando por medo de que alguma freira a ouvisse e a capturasse. Ao olhar de relance para escada notou uma mancha de sangue, e foi se aproximando para averiguar, o sangue era fresco.
Por trás de Luana surgia uma figura que estava escondida nas sombras, uma pessoa que já havia passado por aquele pesadelo anteriormente, pelo menos o corpo passara por tal aprovação. A ex-responsável pela sonoplastia da equipe de televisão, agora conhecida como irmã Rebeca, parecia fitar Luana analisar o sangue da escada, e em sua mão havia um pano umidificado em clorofórmio, Luana se levantou e foi surpreendida pela irmã Rebeca, depois de poucos segundos ela estava inconsciente.

Alice e Matheus abriram a porta da sala da madre superiora bem devagar, fazendo com que a porta sem trinco rangesse muito.
- Acho que já descobriram nosso maior segredo não? – falou irmã Joana que estava sentada em uma cadeira de escritório de costas para a porta de entrada, ela se virou e encarou-os com seus óculos de sol redondos – Eu sou uma sacerdotisa – e tirou os óculos, ela tinha lindos olhos azuis que lembravam o oceano – O inferno é aqui, então estamos providenciando para que fique igualzinho, importamos demônios condenados, e o deixamos em corpos femininos que são os únicos dos quais eles se adaptam.
Alice apontou a arma para a madre e falou:
- Me dê a chave do portão se não seu cérebro vai cobrir esse lindo escritório – e destravou a arma.
- Você não pode matar todas nós – Irmã Joana riu – A vida pode matar os demônios, curioso não? Enquanto houver um ser vivo aqui não poderemos caminhar livremente pelo planeta, precisaremos de corpos femininos para fazer isso.
- Me dê a chave! Não estou brincando.
Uma freira chegava devagar por trás de Alice e Matheus, não fazia o menor barulho, atrás dela vinham mais três freiras igualmente silenciosas.
- A alma delas enxergam!
Ao terminar a frase uma freira pulou em cima de Alice e outra em cima Matheus, as outras chegaram e ajudaram a segurar eles contra o chão.
- Vamos! Levem a garota ao templo. Irmã Alberta e irmã Anita, acabem com este daí - pegou a arma de Alice que estava no chão e a levou consigo, enquanto as outras duas freiras arrastavam Alice até o porão.

Matheus estava preso entre duas freiras, irmã Alberta pegou uma faca e ergueu até acima da cabeça, a freira que o prendia estava de quatro segurando seus braços com as mãos, e suas pernas estavam sobre as de Matheus, no instinto Matheus deu uma cabeçada no nariz da irmã que quebrou, enquanto a facada que iria receber se enterrava no piso de pedra da sala da madre superiora.
Houve uma briga pela faca, enquanto a irmã Anita tentava conter a hemorragia do nariz, a briga terminou com Matheus fincando a faca no crânio da irmã Alberta, quando conseguiu se levantar Alberta vinha sua direção, ele a empurrou até o grande vitral da sala, a freira atravessou o vidro e caiu três andares abaixo.
Matheus se armou com a faca que estava na cabeça da freira, e desceu até o porão, todo o caminho estava deserto, e ao chegar ao porão apenas uma porta lançava uma luz por baixo, na mesma sala ouvia-se um canto em uma língua estrangeira. Matheus abriu a porta num baque.
Na sala todas as freiras formavam um circulo eu volta de um tacho gigante, onde havia brasas, ao chão estava Alice, sem os olhos. Entre as freiras haviam duas figuras conhecidas: Luana e Charlene, ambas já haviam sido convertidas e já faziam parte da cerimônia de conversão de Alice.
- Peguem-no – ordenou a madre superiora.
As freiras vinham lentamente em direção a Matheus, ele podia correr, mas precisava da chave do portão e salvar sua amiga, conseguia ver a arma na lapela da madre superiora. Em um movimento rápido, Matheus correu entre as freiras, esquivando-se de todas, armado com a faca, ele se jogou em cima da irmã Joana, que sucumbiu o peso de Matheus sobre ao tacho de brasas que tombou, começou um incêndio pelas austeras cortinas que havia no salão e que se repetia por todo o convento. Antes que a freira pudesse pegar a arma, Matheus encravou a faca em seu peito, ali jazia madre superiora, o garoto pegou a arma e as chaves que a freira guardava.
Armado, Matheus atirou nas diversas freiras que chegavam perto, pegou Alice no colo e correu para a saída, ao subir as escadas para o andar principal, Matheus fechou a única porta que levava ao porão, as freiras tentavam abrir e puxavam com muita força, mas a sorte ajudou-o, encontrou a chave e trancou-as lá dentro.
Alice acordou e logo depois veio o seu grito de pavor.
- Estou cega, socorro.
- Eu estou aqui, calma nós vamos sair desse inferno – acalmou-a
Juntos caminharam até o portão, que se abriu, e os dois caminharam entre as trilhas estritas e íngremes que levavam do convento até a trilha principal.
Ao chegarem na trilha principal depois de muito andarem, Matheus constatou que todo o convento estava em chamas agora, e que nenhuma freira poderia mais atormentá-los.
No dia seguinte, a polícia foi verificar o que havia acontecido, encontraram trinta e seis freiras carbonizadas no porão, e mais alguns corpos espalhados pelo convento. No pomar das freiras onde não havia sobrado nenhuma muda dos pessegueiros albinos foram encontrados centenas de corpos, alguns com mais de vinte anos enterrados. Alice estava internada, seus pais estavam a caminho para a levarem de volta, e Matheus ficou o tempo todo ao seu lado.
- Má, você ta ai? – perguntou Alice com a voz fraca
- Estou sempre do seu lado
- E agora? O que vai ser de mim? Não tenho mais razão de viver a visão era tudo, me formei em fotografia, o que vou fazer – ela queria chorar, mas não podia, não tinha mais as glândulas lacrimais.
- Calma, nós voltaremos para casa e tudo vai ficar bem, eu te prometo.

Para Allan, Jéssica, Luana, Samuel, Shirley

sexta-feira, 6 de março de 2009

Desejo e Arrependimento

As vezes, tenho dúvidas, eu que me distancio das pessoas ou elas que o fazer por mim?
Eu não quero saber a resposta, algumas perguntas não devem ser respondidas.

Peço a todos que me perdoem por tudo lhes causei de mal, aos poucos vou me afastar de todos vocês, pois, na hora da despedida, não quero que haja dor. Vou me arrepender muito por isso, eu sei, mas não vai durar muito tempo tudo vai se apagar...
Chega de lágrimas.
Chega de dor.
Em um longo prazo de tempo serei apenas uma memória vaga em cada um de vocês, apenas um personagem coadjuvante na vida de vocês.

Me desculpem.
300 dias

5 Filmes mais Tristes

Uma seleção dos cincos filmes mais tristes que já assisti.

5. Lembranças de Outra Vida (Fluke, 1995)

Thomas Johnson (Matthew Modine) é um homem obcecado por trabalho, que morre em um acidente e volta à vida no corpo de um cachorro. Relembrando quem era na vida passada, ele volta para sua mulher e filho para protegê-los do homem que causou o acidente. Através da vida de cachorro, ele se dá conta que não foi um pai tão bom assim.











4. O Labirinto do Fauno (El Laberinto Del Fauno, 2006)

Na década de 40 na Espanha pós-Guerra Civil, uma garota de dez anos se muda com a mãe grávida para uma área rural ao norte do país. Sua mãe acaba de casar com um coronel fascista. Lá, a menina passa a viver entre um mundo fantástico de sua criação e a dura realidade.













3. Marley & Eu (Marley & Me, 2008)

O filme é baseado no best-seller homônimo escrito por John Grogan. Mostra a vida de um jornalista (Owen Wilson) que, junto de sua mulher (Jennifer Aniston), decide adotar um cachorro para sentir o gosto da paternidade. Só que o cão é terrível, apronta diversas travessuras e transforma a vida do casal num inferno.












2. Central do Brasil (Central do Brasil, 1998)

Dora (Fernanda Montenegro), uma mulher que escreve cartas para analfabetos na Central do Brasil, estação ferroviária carioca. A mãe de Josué (Vinícius de Oliveira) pede para a ex-professora escrever e enviar uma carta para o pai do garoto, mas, como sempre, Dora a joga fora. Quando a mãe do menino morre atropelada, ela resolve vendê-lo a traficantes de crianças, porém um sentimento de culpa faz com que Dora acabe voltando atrás e ainda ajude Josué a encontrar seu verdadeiro pai.









1. A Troca (Changeling, 2008)

Christine Collin (Angelina Jolie) é uma mãe que ora fervorosamente para que seu filho Walter (Gattlin Griffith) retorne para casa. O menino foi seqüestrado em uma manhã de sábado, após ela ter saído para trabalhar. Com a ajuda do reverendo Briegleb (John Malkovich) e após meses de buscas intensas, finalmente, a polícia encontra o garoto. Mas algo está errado e, em seu coração, Christine desconfia que ele não seja seu filho verdadeiro.