Cerâmicas Chinesas

A velha Chong aos seus 92 anis de idade, abria as sete da manhã a sua loja de cerâmicas. Vasos, pratos, cinzeiros, tudo de ótima qualidade, havia aprendido com seus ancestrais a técnica de uma cerâmica fina e delicada, a nove gerações as cerâmicas eram as mais valiosas de toda a China.

Seu avô Quinn ganhará de presente um vaso ming do século VIII, que fica no coração da loja, fora dado pelo imperador por fazer todos os pratos reais, e depois disso a velha loja de cerâmica tinha uma boa clientela, muitas delas internacionais.

Apesar de toda a fartura Chong não era feliz, perderá o marido a poucas semanas e sua filha falecera quando era jovem, ela não tinha mais parentes, não tinha aprendizes, pois, ninguém gostaria de fabricas vasos em mundo mundo moderno, onde as ruas mudavam diariamente, num pais que crescia a dez porcento ao ano.

Naquela manhã, a loja ficou a aberta por apenas dez minutos, Chong sentiu algo e sabia que aquele seria seu ultimo dia, seu sonho desde criança era quebrar todos aqueles vasos, quebrou alguns durante sua vida, sem querer, mas não foi o bastante, seu pai era autoritário quando ela era criança, e aprendeu a ser uma garotinha comportada, casar e ser fiel ao marido... Como toda familia tradicional.

Sua vida vida sempre foi regrada e infeliz, no fim de sua vida ela poderia se dar ao luxo de uma pequena rebeldia, ela quebraria todas as louças da loja. Primeiro empurrou a estante de pratos que bateu na de em mais duas estantes num efeito dominó, depois saiu correndo, o máximo que suas pernas aguentavam derrubando algumas canecas. Um sorriso tomou conta de seu rosto, a cada cerâmica espatifada no chão saia uma risada da velhinha.

Depois de algum tempo só lhe restou o vaso ming, um vaso grande com detalhes em ouro e pintado a mão, dado pelo próprio imperador ao seu avô, um pequeno toque foi necessário para ele cair daquele pedestal, ele se espatifou lindamente pelo chão, desde criança ela queria ver aquele vaso em pedaços e quando viu, seu coração não resistiu a tamanha alegria.

Chong caiu depois do vaso, e faleceu entre os cacos de cerâmica chinesa.