quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O Cinturão de Órion

A cada cem anos, uma pessoa de coração puro e generoso é resgatado pelas estrelas para vagar e iluminar pelo infinito, constituindo e aumentando o glorioso universo. Mas as estrelas, como são seres supremos, raptam a pessoa no auge de sua vida, causando grande tristeza para as pessoas que convivem com a futura estrela. Ao se tornar uma estrela, a pessoa não pode retornar, pelo menos não poderia até a primavera de 1805.

Um novo país estava se formando à quilômetros de distância do mundo velho, guerras aconteciam por todo seu território, defendendo-se da coroa e seu império que estava dominando os camponeses e fazendo-os pagar altas taxas por ocupar as terras da Coroa.
O imperador Dom Hugo II era cruel, e não poupava ninguém que atravessasse seu caminho, nem sua esposa e parentes escapavam de sua ganância e arrogância. Sua criação foi severa, mediante há torturas físicas e psicológicas pelo seu pai, para que não demonstrasse fraqueza perante seus súditos. Era alto, e com uma vasta cabeleira loura, em seus olhos era fácil perceber o rancor.
Dom Hugo II tinha dois filhos, a mais velha se chamava Alya, puxara as feições de sua mãe, que era de uma linhagem real oriental, uma linda mestiça de quinze anos, seus cabelos eram negros e lisos que batiam em sua cintura que realçavam sua pele branca como a neve e seus olhos igualmente negros transmitiam a infinidade do universo, era o espelho de sua alma e destino. Seu irmão o pequeno Hugo III, não puxara as feições orientais, se parecia muito mais com o pai, só os cabelos negros que puxara da mãe.
Certa noite, assim que a última estrela surgiu no céu, contemplando o palácio do imperador, algo aconteceu, Alya se sentiu mais leve e acordou de seu profundo sono, estava flutuando a um palmo de distancia de seu colchão. Ela não teve medo, sentiu uma sensação muito agradável, parecia um sonho, mas tinha certeza que estava acordada, era mágico, era magnífico.
Um grande barulho acordou todo o palácio, viera do quarto de Alya, soldados, empregados e o imperador correram para ver o que tinha acontecido, será que estavam sendo atacados pelos rebeldes que eram contra as novas regras impostas pela Coroa?
O telhado do castelo havia sido arrancado, de dentro para fora, e tudo indicava, que o telhado havia sido puxado. O quarto em si estava intacto, porém não havia nem sinal de Alya. Será que ela havia corrido de medo depois do ataque? Seu pai mandara procurá-la, e a procuraram durante três dias antes de alarmar os súditos, para a possível aparição da garota.


--//--



Sete meses haviam se passado desde o misterioso seqüestro da princesa Alya, o reino, havia diminuído drasticamente as buscas deixando apenas três pessoas para tentar encontrá-la. Sua mãe, Naomi, ficara muito doente e corria o boato que estava à beira da morte, era uma mulher jovem, mas não estava suportando imaginar como estava sua filha. O imperador usava toda sua força armada para atacar os possíveis rivais que atacariam seu castelo, agia sem misericórdia, preocupado em ver sangue rolar, ao invés de procurar sua filha, o que ele sempre precisou foi um motivo para a guerra, agora ele o tinha, e estava massacrando todos os seus oponentes, esquecendo-se quase sempre de interrogar seus prisioneiros.
Janaina, uma bela jovem de dezessete anos, descendentes de índios e os primeiros europeus a visitarem o novo continente, moravam em uma vila quase vizinha do castelo do imperador e já presenciou muitas de suas barbaridades, então decidiu que tomaria uma decisão que mudaria sua vida, procuraria a princesa para que o imperador não tivesse motivos para atacar inocentes, para que ele parasse de destruir famílias.
Entrou em casa pegou uma tesoura e cortou os cabelos na altura dos ombros, vestiu uma calça de seu pai, a uma blusa a que melhor lhe serviu, se apoderou de uma espada que estava jogada nos fundos de casa, montou em seu cavalo e cavalgou durantes dias e noites para o norte. Ela não sabia o que estava procurando, mas sabia que iria encontrar, e a resposta estava no norte. Enfrentou violentas tempestades e calores escaldantes, e pode ver como estava seu domínio da esgrima quando tentaram assaltá-la. Ela se sentia poderosa e invencível.
Depois de tanto cavalgar chegou a maior cidade que já havia visto, avistou um residente e foi fazer algumas perguntas:
- Por favor, saberia me dizer se os guardas imperiais já passaram por aqui em busca da princesa Alya?
Um baixo, ligeiramente gordo com cara de rato, analisou a garota alguns instantes antes de responder:
- Senhorita, acho que anda desinformado sobre os assuntos do império, o rei suspendeu as buscas a pouco mais de um mês depois que sua esposa faleceu, ele acredita que já esteja morta, pois assim o próximo a sucessão do trono será seu filho homem e não sua filha. – Olhou bondosamente nos olhos cansados e tristes da garota e perguntou – Mas o que lhe interessa por estas bandas minha querida?
- Estou à procura da princesa Alya, já que ninguém está disposto a procurá-la, mesmo assim, obrigado senhor.
- Ei espere - interrompeu o homem com cara de rato – Sei quem pode lhe ajudá-la nessa sua missão!

--//--



O homem com cara de rato orientou Janaina, para que procurasse uma taverna, de dois andares, em uma vila próxima a cidade em que se encontrava, a taverna teria dois andares, o primeiro andar seria o bar em si, o segundo seria seu destino, ele não especificou o que ela encontraria por lá, mas lá encontraria todas as respostas.
A única construção de dois andares existente na vila era um lugar podre, onde lembrava muito os bares dos velhos mundos onde a maioria dos seus freqüentadores, eram mendigos e bandidos.
A taverna estava fechada, chegara tarde à vila. Mas o andar de cima estava iluminado, era o único ponto onde parecia haver pessoas acordadas ainda, Janaina ajeitou sua espada, e subiu as escadas. O lugar cheirava a mofo e ao chegar ao topo da escada, havia outra escada que descia e a levava até uma porta, continuou sem medo.



Ao atravessar a porta, estava em um lugar completamente diferente de onde viera, o sol brilhava acima de sua cabeça, mas não derretia a neve que estava sob seus pés. Estava muito frio e sua roupa de um clima quente não a ajudava a se esquentar, as pessoas falavam em um idioma estranho, que ela não conhecia.
Um velho gordo, de aparência grotesca falou em suas costas:
- Você realmente está com muita pressa - Caminhou até Janaina e colocou um casaco de pele muito quente em suas costas.
O homem tinha verrugas e erosões espalhadas por seu rosto, era ligeiramente corcunda, tinha um cabelo rançoso e comprido preso com um rabo de cavalo. Mas apesar de sua aparência parecia ser um homem muito bom e descente.
- Onde eu estou? – perguntou Janaina, sentindo pela primeira vez medo, desde que iniciara sua viagem.
O homem riu alto, e todas as pessoas em sua volta olharam para ele:
- Em Liechtenstein! – parecia se divertir, por que toda pessoa devia fazer essa pergunta.
- Isso é algum tipo de mundo mágico com fadas e bruxas?
- Claro que não – e mais uma vez, o homem não conseguiu segurar sua divertida risada – Isso é um microestado situado na Europa, pouco o conhecem, mas até que é um lugar bom para se viver. É bem divertido – Fez-se uma pequena pausa – Mas o que está procurando aqui minha querida?
- Bom, encontrei um homem que disse que um tal de Doutor Hyadum poderia me ajudar.
Nisso uma mendiga cai na neve com uma garrafa de bebida, sem ter forças para se levantar o chão foi ficando amarelo em sua volta, ela estava urinando, e estava rindo, pois chão momentaneamente ficou mais quente.
O taverneiro que observava, voltou os olhos para Janaina.
- E o que você busca?
- A princesa Alya. Ela é única que pode acabar com a era de terror que está em nosso reino.
- Entendo, então você precisará de uma coisa. Aguarde aqui um instante.
O homem voltou para dentro da taverna e depois de alguns instantes voltou com o cavalo branco de Janaina.
- Não sabia que cavalos subiam escadas. – perguntou intrigada
- Para tudo se dá um jeito querida – deixando Janaina mais intrigada – Siga pela estrada de neve até o pico daquela colina – apontou uma colina ao longe – lá a senhorita encontrará o doutor Hyadum.
Nisso a mendiga, se levantou e caminhou até Janaina, ela tinha cabelos negros e usava um chapéu grande, seu rosto tinha algumas feridas, mas era difícil se ver pois os cabelos e o chapéu tampavam. Cheirava a urina e álcool. E resmungou algo na língua nativa de Liechtenstein, o alemão.
- Ela quer ir com você – disse o taverneiro. – Leve ela, quem sabe não consiga fazer com que ela volte a ser o que era.
- E o que era?
- Se eu contar estragarei a surpresa, ela te ajudará pelo caminho.
Sem reclamar Janaina montou no cavalo e foi cavalgando lentamente com a mendiga andando logo atrás, dando goles em sua garrafa de rum.
Antes de o homem voltar a taverna Janaina gritou de longe:
- Qual o nome dela?
- Ron Mika – gritou o taverneiro.
- E o seu?
- Me chame de João.
Seguiram pelo caminho passado por João, o taverneiro, com Janaina no cavalo e Ron caminhando e falando às suas costas coisas indecifráveis.

--//--

Pouco mais de uma hora de jornada, Janaina andava a frente do cavalo, puxando as rédeas com Ron jogada em cima do cavalo, pois havia desmaiado de tanto beber. Não morrendo de vontade não podia deixar uma mendiga jogada no meio do nada pra ser devorada por lobos. Então a levava, mas pretendo deixá-la no próximo vilarejo.
O frio tomava conta de seu corpo, e ao mesmo tempo a noite caia em Liechtenstein, decidiu tomar um pouco da bebida que Ron levava, e que por nada no mundo soltava a garrafa. Foi devagar, e ao encostar na garrafa, Ron começou a berrar desesperada, a certou a garrafa no nariz de Janaina. Viu a neve se manchar de vermelho, e depois a dor a fez desmaiar.

--//--

Quando acordou sentiu o nariz gelado, Ron tinha colocado uma bola de neve em seu nariz para aliviar a dor, também colocará uma atadura para que a nariz não se movesse.
Ao se sentar notou a mendiga feito uma fogueira e estava assando dois coelhos, em fogueira que a ajudavam a aquecer e espantar os animais selvagens provenientes dos bosques que a cercavam. Notara que a mendiga lhe tratara muito bem, e deve tê-la machucado no susto, pois uma mendiga deve sofrer muito.
As duas tentaram se comunicar através de mímica e muitas vezes até se entendiam, dividiram a garrafa de da bebida que Janaina achou seu um mistura de várias bebidas, as mais percebíveis era rum e gim, que havia provado em seu povoado em muitas festas que tinha.
Desde que chegará a terra estranha Janaina não tinha reparado na neve, nunca vira neve em sua vida, mas não ficou animada em vê-la, era bonita, diferente mas não chamava sua atenção. Admirou a neve pensando no que contar quando voltasse para casa, para seus pais e amigos, até adormecer.

--//--




Na manhã seguinte chegaram seu destino, a morada do doutor Hyadum. Era uma pequeno castelo ao alto de uma colina, ao entrarem foram recebidos por xingos e mais xingos em alemão, Janaina não se sentiu tão mal pois não entendia nada do que o homem falava, e Ron começara a revidar aos berros com o velho.
Seus cabelos iam até o ombro e sua barba igualmente branca chegava no peito era como veludo, sua voz era grossa e meio rouca, ele era alta e usava um bata azul marinho.
- Desculpe – guinchou Janaina.
Hyadum olhou para ela e parou de falar, mas Ron continuava berrar com uma louca, Janaina fez um gesto para ela se calar, e ela o fez.
- Mas que merda que vocês fazem aqui sem ao menos bater na porra de minha porta? – Guinchou o velho com um sotaque em alemão. – Aparecem na casa dos outros de madrugada sempre lá na merda do país escravo de onde você veio sua negrinha!
- Só vim aqui, pois me disseram que o senhor poderia me ajudar a encontrar a princesa de meu reino, e salvar-nos do nosso tirano imperador. – falou Janaina com firmeza.
- Isso é problema seu. Agora pode ir embora. Tenho mais o que fazer. Para o tipo de pessoa que vive em seu reino – e olhou com ar de superioridade para Janaina – Vocês tem um imperador maravilhoso, que vai ensinar vocês a deixarem de ser selvagens.
- Seu povo também não é nada educado – retrucou Janaina olhando para Ron, que erguia sua vasta saia e urinava em tapete de Hyadum.
Ao ver aquilo xingou ainda mais em alemão a mendiga, que novamente começou a berrar desvairadamente para o anfitrião. Janaina achou graça e conteve-se dando um leve sorriso. Que o doutor Hyadum percebeu.
- Quando ela sumiu?
- A uns oito meses - respondeu Janaina surpresa.
- Algum fato sem explicação, tipo um ataque, com coisas destruídas, sendo ninguém formalmente acusado pela destruição?
- Sim
- Uhm... ta bom, pode ir embora não tem nada a fazer, adeus, mande lembranças minhas ao imperador.
- Você nem vai pegar sua... Sua bola de cristal e ver onde ela está?
- Você é retardada? Bola de cristal? Sou alquimista e não feiticeiro. Burra. Ela foi seqüestrada por estrelas, não tem como trazê-la de volta, a cada cem anos as estrelas pegam a pessoa de coração mais puro, para iluminar o céu, e se juntar ao infinito do universo. Não há como resgatá-la.
Sua jornada foi em vão, voltaria para casa sem como ajudar seu povo, e Dom Hugo II continuaria oprimindo seu povo.
- Há não ser... – sibilou o alquimista – que esteja disposta a dar sua vida para salvar a princesa.
Muitas vidas dependiam disso, então corajosamente falou que estava disposta, que a aventura lhe faria bem. Doutor Hyadum sorriu:
- Então me sigam.
Janaina e Ron se viram em uma enorme onde não havia telhado. O alquimista pegou a garrafa de Ron e a jogou pela janela, q era no ultimo andar de seu palacete, Ron berrou e quis atacar o alquimista, mas foi impedida por Janaina q a segurara.
- Estamos kits, destruiu meu tapete e eu sua garrafa. – a seguir deu-lhe um copo com uma substancia ver de gosmenta e falou em alemão para ela beber – Isso vai desintoxicá-la falei que era bebida com o maior teor alcoólico existente.
Depois de mexer em vários frascos Hyadum perguntou:
- Estão prontas? – Em português e em seguida em alemão, as duas concordaram – Isso vai ser divertido.
Uma estava de costas para a outra, Hyadum colocou mão com a palma virada para cima, logo abaixo da boca e baforou, uma bola de fogo se formou, e se estendeu até em direção das duas, envolveu-as numa grande bola de fogo que ficou azul e foi clareando até sumir.


--//--


- Nem bêbada eu me senti assim na minha vida, é muito... Bizarro, sabe onde estamos coisa? Ah... Você não me entende...
- Não sei onde estamos Ron – Janaina cortou as palavras de Ron. – Nossa – surpreendeu-se – Eu te entendo. Você me entende?
- Sim entendo – respondeu Ron – Aquele velho me enganou, nem to mais bêbada, não posso enfrentar nem a realidade sóbrea, imagine isso aqui.
O lugar era como um imenso corredor, com o chão em granito negro e podia-se ver nitidamente o reflexo delas, como em um espelho, ao fim do corredor havia uma porta branca, não havia paredes, o que as cercavam era o universo, júpiter estava no campo de visão delas, ficaram maravilhadas com aquilo tudo.
Ron logo se cansou de todo aquele fenômeno e procurou dentre suas roupas uma garrafa de gim, encontrou e deu um longo gole, que no primeiro trago bebeu metade da garrafa. Janaina olhou-a de soslaio.
- Servida? – ofereceu Ron Mika.
- Não obrigada – Ron virou a garrafa e esvaziou-a, depois jogou a garrafa no espaço.
As duas caminharam até a única porta existente, Ron foi cambaleando, falando para si mesma “Esse espaço se mexe muito, nem consigo ficar de pé”, e resmungando outras coisas que Janaina não compreendeu. Ao chegarem à porta tentaram abrir o trinco, mas a porta estava trancada, depois de Ron tentar abri-la deu um chute na mesma.



Atrás delas uma voz doce e suave disse-lhes:
- Só os puros de coração conseguem abrí-la, se não conseguem abrir não podem entrar.
As duas se viraram e contemplaram uma mulher alta e loura que vestia um avantajado vestido branco, era magra, e clara como a lua. A mulher chegou até a porta e abriu a porta e disse:
- Ninguém nunca chegou até aqui antes, vocês só podem ter sido enviadas para uma grande missão. As estrelas perderam há muito tempo, seu líder, Antares, a partir daí as estrelas tem feito grandes besteiras. – a mulher abriu a porta e desapareceu na frente das duas.
- Sinto que você queria perguntar alguma coisa para ela - falou Ron.
- Sim, eu queria.
- Bom é fácil, vamos fechar a porta e esperar ela aparecer para abrir de novo ai perguntamos. – retrucou Ron já fechando a porta.
- Não – Janaina empurrou a porta e entrou no recinto, seguida de por Ron.
Era um enorme salão, dava-se a impressão de ser infinito, e disposto uniformemente diversos globos de luz. Ao se aproximar Janaina viu que os globos continham pessoas dentro, e abaixo uma numeração.
- São estrelas ecoou uma voz no salão.
Janaina reconheceu a voz da mulher lhe abrira a porta e decidiu procurar entre as infinitas esferas a princesa Alya.
- Ela está em algum lugar por aqui – falou Janaina para Ron
- Pode procurar eu não tenho pressa não, acabei de achar uma garrafa de rum, e só de olhar esse tanto de orbes já me cansa. - fez-se uma pausa enquanto Janaina procurava a princesa Alya entre as esferas – Pensando bem, nem posso te ajudar, nem conhecia a dita cuja.
Ron tinha razão, e Janaina procurou sozinha por entre os orbes, depois de alguma horas à encontrou.
- Ron você pode me ajudar aqui? – mas estava muito longe de onde a amiga tinha ficado,e provavelmente já estaria desmaiada de tanto beber.
Janaina enfiou os braços dentro do orbe e puxou Alya pelos braços, ela estava com antes, com muito esforço retirou-a do orbe e deitou-a no chão.
- Acorda princesa, acorda – dando leves tapinhas em seu rosto.
- Você não vai tirar ela daqui. – falou uma mulher de roupa negra e cabelos igualmente negros e desgrenhados, envolta de seus olhos uma olheira negra e funda, dando-lhe um visual demoníaco – Supernova, prazer.
Apontou o indicador de onde brilhava uma centelha negra.
- Daqui você não sai.
A mulher caiu inconsciente, Ron Mika, havia quebrado sua garrafa de Rum na cabeça de Supernova.
- Me deve uma dose de rum agora, cara pálida – falou para a Supernova.
As duas carregaram a princesa, cada uma de um lado puxando Alya. Ron estava com passos tortos e a princesa pendia para seu lado. A princesa foi arremessada trinta metros à frente. Supernova acordara e disparara sua magia sem rumo, que acabou acertando Alya, as duas correram para a princesa para ver se tudo estava bem. Ron caiu na metade do caminho escapando por um triz de também ser atingida.
- Raios da morte, nenhum humano resiste a esse feitiço – falou a mulher que abrira a porta - Fujam daqui enquanto podem, eu cuido dela.
- Você nunca foi páreo para mim Mallina – falou Supernova arremessando três feitiços da morte seguidos.
Mallina lançava um feitiço que eram orbes brancos e Supernova bolas de fogo negras, quando os feitiços se colidiam, havia uma grande explosão.
Janaina correu até Alya, e estava tentando desesperadamente reanimá-la. Ron passou pelo seu lado, agarrou-a pelo braço e bradou:
- Ela está morta, não ouviu a giganta. - voltavam pelo caminho da onde tiraram Alya, voltar para porta era perigoso, pois havia uma guerra ali.
De repente todo o barulho sumiu, e houve apenas silêncio. Um feitiço da morte cortou o ar acertando em cheio a mendiga, seu corpo foi atirado para dentro de um orbe, e lá desfaleceu, flutuando dentro da esfera de luz.
Supernova surgiu a alguns metros de Janaina, com seis bolas de fogo negras dançando ao seu redor. Janaina empunhou sua espada em forma de combate, mas se lembrara de quando era criança e seu avô de origens indígenas havia lhe ensina a lançar uma lança em um alvo a metros de distância, teria que ser rápida, mas mesmo assim precisava de proteção, com certeza ela lançaria seus raios da morte, então notara que as esferas que aprisionavam as estrelas não tinham nenhum dano, viu que a que estava logo ao lado de Ron, estava vazia e bolou seu plano. Jogaria a espada e pularia para trás, dentro da esfera das estrelas. Não sabia se poderia sair dali, mas manteria sua vida.
As duas se entreolharam durante muito tempo se preparando para o ataque, olho por olho, as duas não se mexiam mais. Janaina arremessou a espada no mesmo momento em que Supernova atirou seus seis feitiços de uma vez. A espada que era mais fina na ponta e engrossava conforme chegava mais perto do cabo atravessou o peito de Supernova e os raios da morte acertaram o orbe em que Janaina pulou dentro, conforme seu plano.
Ficou esperando Supernova cair morta, mas não aconteceu, ela começou a rir loucamente. A espada a atravessara, mas só a ponta, havia dois planos de lamina a sua frente e quatro dedos á suas costas.
- Você foi muito boa querida, mas tinha que perfurar meu coração, mas foi por pouco, eu lhe admiro, mas agora vou...
Ela não conseguiu terminar a frase, o resto da espada atravessou seu corpo, seu sangue negro corria pelo chão, e em seguida para o lado. Atrás dela estava a princesa Alya, que puxara a espada pelo pequeno pedaço lamina que havia ficado em suas costas. Como a espada era mais grossa perto do cabo, a lamina cortou seu coração. Supernova jazia morta aos pés da princesa.
- Você foi atingida pelo raio da morte, como sobreviveu? - disse Janaina que estava surpresa.
- Não sei – respondeu a princesa.
- Uma estrela não é um humano, estrelas só morrem quando sua chama não pode mais queimar e iluminar o universo – ecoou a voz de Mallina pelo salão.
- Acho que sou uma estrela então também - falou Ron desanimada, como se sofresse da maior ressaca do universo. Janaina também se surpreendeu da amiga também estar viva.
Alya ajudou Janaina e Ron a sair dos orbes todas elas usavam vestidos brancos. Ron Mika estava linda, nem lembrava a mendiga que era, estava sóbrea e cheirosa. Então as três caminharam em direção a porta para irem embora.
- Ron quem é você na verdade? Da onde você veio? – perguntou Janaina se lembrando da conversa que teve com o taverneiro.
Ron sorriu e respondeu
- Sou a princesa de Liechtenstein. E você?
- Uma mera camponesa. – respondeu Janaina desanimada por estar acompanhada de duas princesas.
- Na verdade – Sibilou a voz Mallina – As estrelas sabem de toda a história da Terra, pois existíamos antes de a vida existir. Você Janaina, é descendente da um reino extinto, quando seu pais foi invadido pelo Velho Mundo, teoricamente, você também é uma princesa. Essas foram as última palavras que ouviram antes de voltarem para a terra.


--//--


Estavam em um lugar completamente diferente, havia coisas que elas nunca viram antes, objetos metálicos se locomovendo rapidamente, outros objetos metálicos voando, construções que pareciam chegar no céu.
- Duzentos e três anos, foi tempo em que estiveram fora – Um homem de roupas estranhas, mas era muito normal para aquele lugar em que estavam.
- Onde estamos? - Perguntou Allya, em português.
- Estão na Terra, na China, o tempo passou.
- E quem é você? – perguntou Ron, em alemão.
- Você mija no meu tapete e não se lembra de mim – Respondeu o homem em alemão.
Janaina viu que voltaram ao norma, Ron voltara a falar sua língua nativa.
- Sou Hyadum, também sou uma estrela, por isso estou vivo aqui.
- Minha jornada foi a toa, não consegui salvar meu povo do imperador. – Alya nem se importou, sabia que seu pai era um monstro.
- Bom, é ai eu você se engana, vou contar uma historinha para vocês.
Hyadum contou ás garotas, que as estrelas são seres supremos no universo, que são elas que geram a vida, que o sol que ilumina o planeta é uma estrela e quem sem ele não haveria vida, que as estrelas podem mudar o destino dos humanos, que um bom governo estelar pode trazer grandes benefícios a todos. Deus eram as estrelas, e que por isso todos somos filhos de Deus.
Elas ficaram abismadas com a revelação, então Hyadum completou.
- As estrelas existem, no passado, presente e futuro, lá o tempo é único, o céu estrelado que se vê hoje, é o mesmo que se vê a mil atrás, e o mesmo que se vê daqui a mil anos, por isso as novas estrelas, que por exemplo decidam ser estrelas hoje, serão vistas antes esmo de o planeta Terra existir. – deu um sorriso sacana e continuou – E as estrelas agora, precisam de um líder, pois Antares, desistiu de ser estrela, e resolveu vir cuidar dos humanos aqui. Aqui ele era conhecido como Jesus. – uma pequena paus - Se querem mesmo fazer a venham comigo.
Andou alguns passos até um aglomerado de árvores. Primeiro foi Alya, seguida de Ron e depois Janaina. Hyadum estava em uma clareia. As garotas se juntaram a ele que colocou mão com a palma virada para cima, logo abaixo da boca e baforou, uma bola de fogo se formou, envolveu-os numa grande bola de fogo que ficou azul e foi clareando até sumir.

--//--


Assim Alya, Janaina e Ron se tornaram estrelas, sendo ministradas por Hyadum, que também voltou a ser estrela, e as três, com justiça governaram o universo, passado, presente e futuro, em tudo o que foi possível.
Hoje elas zelam pela vida, sempre de olho no planeta Terra, as três não se separaram desde que enfrentaram a Supernova. São conhecidas por Mintaka, Alnilan e Alnitaka, o a constelação é conhecida como Cinturão de Órion ou mais popularmente como As Três Marias.



Colaboração de Pate, Nádia e Lu.

Um comentário:

. disse...

Ah, Léo, como você é lindo! :) Gostei, gostei mesmo. - mijar no tapete dos outros vai virar meu mais novo hobbie HAHAHAHAHAHAHHA.